segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Ser Puta e prostituta na atualidade

Ontem assisti ao filme: "Bruna surfistinha - o doce veneno do escorpião". Se não me engano foi lançado em 2013 e a atriz Débora Secco interpretou a Bruna, que na verdade se chama Raquel Pacheco.
Fiquei impressionada com a capacidade de Raquel em "esbofetear" a sociedade e de se auto-sabotar! E que coragem, garota de classe média, burguesa, com dezesseis anos saindo da casa dos pais, porque segundo ela não havia diálogo e fazendo a opção mais difícil para um mulher que é a venda do corpo, a exposição do corpo, como ela coloca para os clientes ao se despir,  no filme:"pode fazer o que quiser".
E também segundo ela: a opção pela prostituição veio do "gostar de sexo", grifei porque não consegui ver dessa forma, no filme ( também li o livro), ficou a ideia de auto punição, no primeiro programa, ela coloca que "não gritei, não chamei meus pais, não pedi para parar...Eu aguentei".
Sofri com ela e com todas as meninas que se perdem de si mesmas. Eu gosto muito de sexo e na minha adolescência também pensei em fugir(até hoje penso), também não havia diálogo lá em casa,existiam os tabus e os silêncios, mas eu nunca tive coragem para as fugas externas, as internas sim, tive muitas. O medo me protegeu de grandes sofrimentos e me impediu de felicidades maiores.
A mulher, Raquel Pacheco é admirável, uma Puta de verdade! Puta no sentido de vanguarda mesmo, de escancarar, de exigir espaço, de lutar e nesse sentido somos todas, Putas mulheres do século XX, caminhando pelo século XXI com passos largos de vontade e certezas de sucesso, capacidade de driblar as dificuldades com criatividade não nos falta e jamais faltará. E que a prostituição seja opção válida porque somos livre para escolher o que melhor nos convém, assim como foi para Raquel, mesmo que para segurar a barra tenha se reinventado como Bruna surfistinha.

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