quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Mergulhar

A praia, o Sol, o vento, tanta felicidade e alegria , muita Luz e você.
Eu não sei o que vai dar, mergulhar no mar, uma delícia!

Mergulhar na vida uma incerteza...

Mergulhar em você uma vontade tão grande de ser feliz!

"Comer, rezar e amar", pipoca doce, pipoca salgada, Mafalda, cravinho, bobó de camarão, diligência no velho oeste, dormir num rancho, só nós dois e nosso desejo de sermos felizes e de não fazer mal a ninguém.

Passado, vê se nos esquece! Estamos ocupados mergulhando...

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Poder? Sempre o tivemos...

Ontem fiz exatamente o que a Dilma pediu: Olhei nos olhos da minha filha e disse, nós podemos!

Mesmo que a mídia idiotinha brasileira não tenha dado o enfoce devido a vitória de Dilma e mesmo que os meus filhos homens não compartilhem as minhas fotos no facebook. Nós mulheres sempre tivemos a força!

Nós alimentamos, amamos, odiamos, cuidamos, parimos, trabalhamos, matamos, construímos...

Mas dessa vez, uma mulher especial é Presidente do Brasil, pela sua inteligência, competência e pelas mãos da sensibilidade, coerência e confiança de um homem chamado Lula!

Homens, principalmente os militantes sindicais, vocês ainda tem muito a aprender com o Luiz Inácio.

Aprendam com esse mestre que é estendendo a mão sem medo de ser superado que se constroi a força da aliança.É sempre lado a lado que se fortalece a relação homem/mulher, é de braço dado com os olhos no mesmo objetivo que se fortalece o "companheirismo".

Assim como os anjos, companheiro não tem sexo, esse me parece ser o pensamento do Lula.

Estou extremamente feliz com a vitória da Dilma e mais feliz com a lição de respeito e confiança que um homem deu ao Brasil " (...) Virá, impávido que nem Muhammed Ali, virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri, virá que eu vi
Tranqüilo e infalível como Bruce Lee, virá que eu vi
O axé do afoxé, filhos de Ghandi, virá (...)

E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos, não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio."

Continuamos na luta companheir@s!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Disposição

Estou disposta a seguir em frente,
a te olhar nos olhos e pensar na gente.
Estou disposta a ver Dilma Presidente...

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

sábado, 2 de outubro de 2010

Lembranças

Meu horóscopo hoje só previu coisas boas. Me incentivou a tomar um banho demorado com alecrim e menta.
Encontrei na saída de casa um amigo que eu não via há muito tempo e que eu tenho um grande carinho, me senti imensamente feliz e renovada, trocamos um selinho e uma energia muito boa!
Fui trabalhar pensando o que o dia ainda poderia me reservar de melhor...
Sem muita atividade durante a tarde mergulhei em lembranças gostosas da minha infância, a lancheirinha rosa com suco de caju, aos três anos de idade, que sempre estava azedo quando eu ia beber, porque a professora colocava todas as merendeiras penduradas em uma área que "batia" muito Sol.
Se você está lendo esse texto poderá estar se perguntando o que tem de gostoso nessa lembrança e eu te direi que a graça está no ponto de partida da lembrança, da merendeirinha rosa até aqui onde eu estou, de todas as merendeiras que tive, de todos os lanches que fiz, em todos os recreios que brinquei até chegar aqui, uma mulher madura, adulta, mãe, amante , amada talvez!
A graça verdadeira é estar aqui escrevendo e sentindo a força de resistir ao tempo e ser feliz.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Homem Perfeito II

Entre anjos e demônios eu te encontro, no limite do equilíbrio, no centro do alvo da flecha afiada pela vida e adoradora da morte.
Você que me acompanha em viagens internas e distantes, me ajuda a arrumar as malas, você sempre sabe o que eu devo levar e, me orienta a seguir um fio dourado para retornar em segurança.

Você me equilibra, meu Norte é você, você é um Homem! Talvez salve esse gênero da raça.

Me conta suas histórias que eu te conto as minhas, sabe aquela história de que ninguém vem para essa vida com Manual? Errado, você achou o meu em algum lugar e me desvenda, me desnuda e me ataca, na maioria das vezes me protege e eu me sinto a Mulher mais completa do universo quando você me envolve com sua energia e não permite que nada me atinja.

Eu te amo!

Mas viver nesse planeta tem uma regra que é clara: Sempre com os pés no chão! Por isso depois que te conheci tenho viajado mais, sempre seguindo o fio dourado e sempre retornando com os pés bem fixos ao chão para não nos magoar.

Homem perfeito, energeticamente em mim, fisicamente em mim, Eros em mim. Minha paixão, minha devoção, meu carinho, meu anjinho, meu, meu...

Desejo que você me encontre fora de mim, por entender que o que você vê em mim não te satisfaz e, seja feliz com ela, que será sempre eu em você. Isso não impedirá que eu continue te amando!

Eu só não aceito ser expulsa do paraíso que é ouvir sua voz, compartilhar do seu riso, te ver, sentir sua energia ligada a minha.

Deus é mesmo amor, você é como Deus na minha vida: Presente e único.

A viagem que eu mais gosto de fazer é a da reciprocidade, você sentindo por mim exatamente o que eu sinto por você, aí nós criamos asas e voamos juntos sobre o mar e chegando a uma ilha onde estão todos os amores perdidos e abandonados, somos bem recebidos porque a função do amor é amar e concentramos em nós todo o amor que há. Voltamos depois de internalizarmos a quantidade exata do amor, porque amor demais pode destruir. Difícil não exceder no amor...

O celular toca, é você, nossas asas se chocam você some, fica sua voz: Alô, bom dia... Bom dia, você está bem? Continuo!

“Navegar é preciso, viver não é preciso...”
Fica em Paz amor e Feliz aniversário!
11:45

sábado, 25 de setembro de 2010

Eu te amo

Eu te amo prá sempre,
Você define se sempre será uma vida ou um minuto
Seja qual for sua decisão, aproveite...
tenho amado muita gente, mas nunca é prá sempre, você foi escolhido para ser meu objeto amado, um sonho vivido, amanhã vou acordar e te ver como você realmente é. Mas enfim... O que importa é que hoje eu te amo prá sempre. Mas ainda me amo mais!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Fantasia e imaginação

"Ele a amou e ela o amou
Os beijos dele sugaram-lhe o passado e o futuro inteiros ou tentaram
Ele não tinha outro desejo
Ela o mordeu o mordiscou o chupou
Ela o queria todo dentro dela
Seguro e Convicto para todo o sempre(...)

Os sorrisos dele eram as mansardas de um palácio de fadas
Onde o mundo real nunca entraria
Os sorrisos dela eram mordidas de aranha
E ele então se deitava extático até que ela sentisse fome
As palavras dele eram exércitos de ocupação
As risadas dela eram as investidas de um assassino
Os olhares dele eram balas adagas de vingança
Os relances dela eram fantasmas no canto com segredos terríveis
Os sussurros dele eram açoites e botas de cano longo
Os beijos dela eram advogados escrevendo com firmeza (...)

As juras dela puseram os olhos dele em formol
No fundo da sua gaveta secreta
Os gritos deles crivaram-se na parede
A cabeça de cada um deles se separou no sono como as duas metades
De um melão partido, mas é difícil deter o amor

No seu sono entrelaçados eles trocaram braços e pernas
Nos seus sonhos o cérebro de cada um fez o outro refém

De manhã cada qual usava o rosto do outro."

sábado, 11 de setembro de 2010

Oração

Senhor Tempo quero te fazer um pedido: nos coloque frente a frente, adeque nosso tempo e regule nosso espaço.
Preciso de ti Senhor Tempo, só tu podes dar o que mais quero e preciso.
Tira esse sentimento das esquinas de minha alma! Enfim...
Dentro de mim tem uma cidade, algumas ruas são estreitas e outras são largas, as esquinas são perigosas como em qualquer cidade. Duas forças vivem nela e se caçam, existe também um mar onde tudo desagua.
De vez em quando chove, às vezes o Sol brilha e quase sempre é festa nessa cidade de infinitos matizes e desejos.
Nela o amor quer ser Rei e manter a cidade controlada, mas a razão quer ser rainha e deseja que a cidade funcione e prospere, de forma organizada e equilibrada.
Amor e razão dentro de mim a duelarem! Em cada esquina, em cada praça de mim.

Hoje encontrei um mapa que pode me levar a uma caverna onde mora um grande Mago chamado Tempo, que tem o poder de adequar o amor a razão.

Corri pelas ruas e virei esquinas, disfarçada para não ser reconhecida por mim mesma. Cheguei aos arredores da cidade e lá encontrei meu destino, a morada do Tempo.

" O amor é bicho instruído", me encontrou antes que eu pudesse dizer algo e me flechou, o amor surgiu dentro de mim com tamanha intensidade que a razão foi expulsa de mim! Só consegui pedir ao senhor Tempo: Piedade...

Bethania - Poema do Menino Jesus - Fernando Pessoa

Eu sou uma mulher,
adoro ser mulher!
Enquanto mulher meu maior desejo é ver os homens amadurecerem!

sábado, 4 de setembro de 2010

Amado II

E se...
Amado amigo, eu fosse outra? Se fosse mais forte e mais bonita. se fosse mais jovem
e se fosse só sua, o que efetivamente mudaria na minha vida?
E se o seu tempo estivesse sintonizado com o meu
e se o espaço de agora fosse preenchido pela nossa verdade e pelo nosso desejo desesperado de ir para a cama e realizar tudo que foi sonhado e testado ao longo de nossas vidas com outras pessoas, esperando justamente esse encontro.
E se...
E se eu tivesse força para gritar ao mundo para parar com a violência contra a mulher,
E se eu pudesse trocar a sua ausência na minha vida pela liberdade de Sakineh Ashtiani, aí sim, valeria a pela ficar aqui escrevendo e chorando por você e ouvindo Peninha: " Quando a gente gosta é claro que a gente cuida, fala que me ama só que é da boca prá fora, ou vc me engana ou não está maduro, onde está vc agora?..."
Mas eu não posso me tornar mais jovem, nem mais bonita, nem ser sua e nem salvar Sakineh Ashtiani da morte, hoje estou profundamente triste.
Mas, e se...

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Soneto do Amor Total

Amo-te tanto, meu amor ... não cante
O humano coração com mais verdade ...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

Vinícius de Moraes

SER GEMINIANA SEGUNDO VINÍCIUS

*GÊMEOS*
(de 21 de maio a 20 de junho)
A mulher de gêmeos

Não sabe o que quer
Mas tirante isso
É uma boa mulher.
A mulher de gêmeos
Não sabe o que diz
Mas tirante isso
Faz o homem feliz.
A mulher de gêmeos
Não sabe o que faz
Mas por isso mesmo
É boa demais...

Vinícius de Moraes
Canção do amor que chegou

Eu não sei, não sei dizer
Mas de repente essa alegria em mim
Alegria de viver
Que alegria de viver
E de ver tanta luz, tanto azul!
Quem jamais poderia supor
Que de um mundo que era tão triste e sem cor
Brotaria essa flor inocente
Chegaria esse amor de repente
E o que era somente um vazio sem fim
Se encheria de cores assim

Coração, põe-te a cantar
Canta o poema da primavera em flor
É o amor, o amor chegou
Chegou enfim
Eu não existo sem você

Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham pra você

Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
Eu não existo sem você

Vinícius de Moraes

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Amado

Meu amado,

Não sei se você sabe, mas nunca quis te ferir, te chatear,te deixar triste, mas também sei que já fiz tudo isso e talvez não haja mais perdão para essa amante inconsequente.Mas se houver me perdoe e me queira muito bem, já que me amar talvez seja pedir muito.

Você é meu amado e tento te preservar das minhas neuroses não tratadas e muito menos analisadas. O certo, o verdadeiro é que tenho você em mim como se fôssemos siameses, meu "filipinho"! Penso tanto em você, desejo tanto os seus olhos nos meus e o resto todo que viria depois eu também desejo. Mas sou tão covarde, me contento em escrever coisas e coisinhas que você não vai ler.

Te queria como Amante, mas me contenho em simplesmente amá-lo.

"Eu sei e você sabe"... As questões do tempo e do espaço, sua voz, seu sorriso e o meu EU covarde.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Hoje

Hoje acordei mais cansada, porém decidida a mudar o rumo das coisas na minha vida.
Me espreguicei ao descer da cama e verifiquei alguns papéis que estavam soltos, juntei todos e coloquei um clip, pensei em resolver o conteúdo deles mais tarde.
Existem coisas em nossa vida que não podem ficar para mais tarde, assim pensando fui ao banheiro e depois à cozinha tomar um café. Hoje estou comemorando seis dias sem comer carne vermelha!
Coloquei um Cd do Ney cantando Cartola! Tudo o que eu precisava, foi meu filho quem trouxe para mim de uma viagem a São Paulo: "Achei a sua cara", ele disse ao me entregar o CD.
" A sorrir eu pretendo levar a vida, pois chorando eu vi a mocidade perdida..."
Estou me sentindo como as últimas gotas de um bom perfume que se acaba, poderia ser também de um bom vinho que se bebe até o fim e se sente que beberia tudo outra vez, sem maiores preocupacões.
Estou saindo e ninguém percebe...
Talvez eu precise gritar,mas isso eu não vou fazer.
Vou concluir alguns assuntos e deixar outros em aberto,porém com cuidado ao escolher os assuntos porque "quem espera para ver, vê demais!" já dizia meu Pai.
Vou seguindo esse hoje esperando que amanhã eu possa me sentir mais inteira.
É tão difícil ser Mulher!

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Sonhando

Hoje estou tão cansada, pari esta madrugada um rebento de vinte e cinco anos. Ele passa bem, está sendo amamentado pela vida e criado pelo mundo,aprendeu a falar e sempre me diz estar feliz!

Comprei uma cama grande para amparar os meus sonhos e torná-los maiores. Adoro dormir e sonhar, acordar e sonhar, viver e sonhar, morrer...Cada dia de Sol sonhar! Cada dia de chuva sonhar! Sonhar com você e sem você, que bom que eu não preciso de ninguém para sonhar.
Eu não preciso de ninguém, guém, ém, m... Mas se eu precisasse seria só de você, que me alimenta de sonhos e torna a realidade doce como um sonho.
Te amo, beijos.

domingo, 8 de agosto de 2010

Tomara
Que você volte depressa
Que você não se despeça
Nunca mais do meu carinho
E chore, se arrependa
E pense muito
Que é melhor se sofrer junto
Que viver feliz sozinho

Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz

E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais...

Vinícius de Moraes
Chega de Saudade

Vai, minha tristeza, e diz a ela
Que sem ela não pode ser
Diz-lhe, numa prece, que ela regresse
Porque eu não posso mais sofrer

Chega de saudade, a realidade é que sem ela
Não há paz, não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim, não sai de mim, não sai

Mas, se ela voltar, se ela voltar
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei na sua boca

Dentro dos meus braços
Os abraços hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim

Que é pra acabar com esse negócio de viver longe de mim
Não quero mais esse negócio de você viver assim
Vamos deixar desse negócio de você viver sem mim

Vinícius de Moraes
Soneto a quatro-mãos

Tudo de amor que existe em mim foi dado
Tudo que fala em mim de amor foi dito
Do nada em mim o amor fez o infinito
Que por muito tornou-me escravizado.

Tão pródigo de amor fiquei coitado
Tão fácil para amar fiquei proscrito
Cada voto que fiz ergueu-se em grito
Contra o meu próprio dar demasiado.

Tenho dado de amor mais que coubesse
Nesse meu pobre coração humano
Desse eterno amor meu antes não desse.

Pois se por tanto dar me fiz engano
Melhor fora que desse e recebesse
Para viver da vida o amor sem dano.

Vinícius de Moraes

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Desabafo

Quero te dizer que não quero mais,
Estou voltada prá mim e para as minhas memórias
Não tenho espaço e nem tempo prá vc.
Onde vc estiver me esqueça, esqueça os beijos e os afagos, mas lembre dos olhares e dos cheiros, sim o amor tem aromas próprios!
Olhe para o céu e me veja sempre nas nuvens que passam rápidas, mas tranformam toda a paisagem.
Queria ser eterna, mas ser fugaz é mais a minha essência
Te queria todo prá mim, mas você fica melhor no mundo real!
E eu sou assim mesmo, multipla
Adoro o Sol!
"Não tem explicação, não tem, não tem."

sábado, 31 de julho de 2010


"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."

quinta-feira, 29 de julho de 2010

A arte é a auto-expressão lutando para ser absoluta.
Fernando Pessoa
Amar é cansar-se de estar só: é uma covardia portanto, e uma traição a nós próprios (importa soberanamente que não amemos).
Fernando Pessoa
Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso.
Fernando Pessoa

A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo.
Fernando Pessoa

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Infinito Particular


Eis o melhor e o pior de mim
O meu termômetro, o meu quilate
Vem, cara, me retrate
Não é impossível
Eu não sou difícil de ler
Faça sua parte
Eu sou daqui, eu não sou de Marte
Vem, cara, me repara
Não vê, tá na cara, sou porta bandeira de mim
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular
Em alguns instantes
Sou pequenina e também gigante
Vem, cara, se declara
O mundo é portátil
Pra quem não tem nada a esconder
Olha minha cara
É só mistério, não tem segredo
Vem cá, não tenha medo
A água é potável
Daqui você pode beber
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular

Marisa Monte
Composição: Arnaldo Antunes, Marisa Monte, Carlinhos Brown

Mulher Elétrica


Ela chega, Ela olha, Ela bate um flash, Ela invade a
pista e ninguem se mexe
Ela dança, Ela ri, Ela quer curtir, quer amar, quer
beijar quer se divertir
Ela manda, Ela pode, Ela é quem faz, Ela é funk, Ela
é samba, Ela é mais mais mais
Ela é Dolce & Gabbana, Ela é Louis Viton, Ela é Madureira,
Ela é Kingston, Ela é Barra Funda, Ela é Bela Vista,
reflete no globo ilumina e pista, Ela é...
Ela é preta na cor loira no cabelo, Ela é 1 hora e meia
em frente ao espelho, Ela é...
Ela é Naomi, Ela é Clara, é Nunes, é Dona Summer,
Rosa, é Sônia, Ela é Tereza,
Ela é Ana, Ela é Glória, Ela é bem Brasil, me engana
que eu gosto ela tem tristeza balança o swing rara
beleza, Ela é...
Onde vai...? Mulher Elétrica
Mulher Elétrica 3000 volts
Ela é frenética hipinotizou
Haaaau Maquiavélica me atraiu
Onde vai...? Mulher Elétrica
Mulher Elétrica...
3 da manhã, Ela é só suor, Ela flerta, Ela causa, Ela é
mó B.O.
Ela é manta, é nagô, é ioruba, Ela é vingativa, Ela é de mata !!!
Ela canta, Ela chora, Ela multa, Ela compra, Ela bebe e malandro paga, Ela...
E a festa não acaba... uns 10 na fita e eu também...
se vai vai, vem vem...
Ei DJ toca Mary Jane, que Ela dança, Ela ri, Ela quer
curtir, quer beijar, quer amar,
Quer se divertir... Ela é zica na cena, Ela é glamour,
Ela é ie ie ie ie, ou ou ou ou...
D I S C O ela é as 10 mais da Billboard, Ela é Capão
Redondo, Ela é Xerém, Ela é Blacking Loving, Ela é
Soul Tran, Ela é poucas palavras talvez já viveu, já
sofreu o sistema na pele... é ZN, ZS ou ZO, Baixada
Santista, ABC ou ZL...
Podia me Aproximar...
Ela opera a festa, Ela é quem comanda e a minha
comanda quase preencheu, mais
Se Ela vier valeu.... ooo entendeu...
Contos de uma festa Black é a cinderela High Tech, vai
vendo muleque, Ela foi capaz
de entrar no banheiro e não voltar mais, Ela é...
Infelizmente a sua chamada não pode ser completada,
Por favor verifique o número de recados e tente
novamente
Onde vai...? Mulher Elétrica
Mulher Elétrica 3000 volts
Ela é frenética hipinotizou
Haaaau Maquiavélica me atraiu
Onde vai...? Mulher Elétrica
Mulher Elétrica...
Mulher Elétrica 3000 volts
Ela é frenética hipinotizou
Haaaau Maquiavélica me atraiu
Onde vai...? Mulher Elétrica
Mulher Elétrica...
Infelizmente a sua chamada não pode ser completada,
Por favor verifique o número de recados e tente
novamente
Tente Novamente !!!
Tente Novamente !!!
Tente Novamente !!!
Ten ten ten ten ten ten te Novamente !!!
Tente Novamente !!!
Tente Novamente !!!

vamos lá!

Memórias de uma carta anônima!!!


Data: quarta, 14 de julho de 2010
Hora: 20:00 - 21:30
Localização: Sala do Coro do TCA
Rua: Campo Grande
Cidade: Salvador, Brazil

domingo, 4 de julho de 2010

Ser poeta

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

Florbela Espanca

Vaidade


Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!

Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!

Sonho que sou Alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a terra anda curvada!

E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho...

E não sou nada!...

Florbela Espanca

Fumo

Longe de ti são ermos os caminhos,
Longe de ti não há luar nem rosas,
Longe de ti há noites silenciosas,
Há dias sem calor, beirais sem ninhos!

Meus olhos são dois velhos pobrezinhos
Perdidos pelas noites invernosas...
Abertos, sonham mãos cariciosas,
Tuas mãos doces, plenas de carinhos!

Os dias são Outonos: choram... choram...
Há crisântemos roxos que descoram...
Há murmúrios dolentes de segredos...

Invoco o nosso sonho! Estendo os braços!
E ele é, ó meu Amor, pelos espaços,
Fumo leve que foge entre os meus dedos!...

Florbela Espanca

Eu queria trazer-te uns versos muito lindos

Eu queria trazer-te uns versos muito lindos
colhidos no mais íntimo de mim...
Suas palavras
seriam as mais simples do mundo,
porém não sei que luz as iluminaria
que terias de fechar teus olhos para as ouvir...
Sim! Uma luz que viria de dentro delas,
como essa que acende inesperadas cores
nas lanternas chinesas de papel!
Trago-te palavras, apenas... e que estão escritas
do lado de fora do papel... Não sei, eu nunca soube o que dizer-te
e este poema vai morrendo, ardente e puro, ao vento
da Poesia...
como
uma pobre lanterna que incendiou!

Mario Quintana

Amanhecimento

De tanta noite que dormi contigo
no sono acordado dos amores
de tudo que desembocamos em amanhecimento
a aurora acabou por virar processo.
Mesmo agora
quando nossos poentes se acumulam
quando nossos destinos se torturam
no acaso ocaso das escolhas
as ternas folhas roçam
a dura parede.
nossa sede se esconde
atrás do tronco da árvore
e geme muda de modo a
só nós ouvirmos.
Vai assim seguindo o desfile das tentativas de nãos
o pio de todas as asneiras
todas as besteiras se acumulam em vão ao pé da montanha
Para um dia partirem em revoada.
Ainda que nos anoiteça
tem manhã nessa invernada
Violões, canções, invenções de alvorada...
Ninguém repara,
nossa noite está acostumada.

Elisa Lucinda

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Você em mim

Guardei o momento, os gestos, o olhar e suas mãos, tão diferentes...
E eu pensando como seria, tudo igual; o cristal não se quebrou, está inteiro e mais forte.
Dependo de você, mas independo de mim!
Tempo... Tempo... Tempo... Tempo...
Nunca mais, sempre você ali malhando para subir no ônibus.
Diante de você sou só instinto, todo o seu corpo se transformando em cheiro, entrando pelos meus poros e se confundindo em mim. Um cio quente e eu só desejo, pra quê raciocinar?

Rita de Cássia

Olhando a chuva e pensando no Sol,
Olhando você e pensando no amor,
Olhando o céu e pensando no universo,
Eu nunca estou satisfeita!

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Gostava Tanto de Você

Não sei porque você se foi
Quantas saudades eu senti
E de tristezas vou viver
E aquele adeus não pude dar...

Você marcou na minha vida
Viveu, morreu
Na minha história
Chego a ter medo do futuro
E da solidão
Que em minha porta bate...

E eu!
Gostava tanto de você
Gostava tanto de você...

Eu corro, fujo desta sombra
Em sonho vejo este passado
E na parede do meu quarto
Ainda está o seu retrato
Não quero ver prá não lembrar
Pensei até em me mudar
Lugar qualquer que não exista
O pensamento em você...

E eu!
Gostava tanto de você
Gostava tanto de você...

Não sei porque você se foi
Quantas saudades eu senti
E de tristezas vou viver
E aquele adeus não pude dar...

Você marcou em minha vida
Viveu, morreu
Na minha história
Chego a ter medo do futuro
E da solidão
Que em minha porta bate...

E eu!
Gostava tanto de você
Gostava tanto de você...

Eu corro, fujo desta sombra
Em sonho vejo este passado
E na parede do meu quarto
Ainda está o seu retrato
Não quero ver prá não lembrar
Pensei até em me mudar
Lugar qualquer que não exista
O pensamento em você...

E eu!
Gostava tanto de você
Gostava tanto de você...

Eu gostava tanto de você!
Eu gostava tanto de você!
Eu gostava tanto de você!
Eu gostava tanto de você!

terça-feira, 22 de junho de 2010

Olha eu aqui de novo!


De cabelinho cacheado...

Fim e recomeço

Depois de um amor acabado a vida continua a exigir de nós, apesar de tudo o que vivemos.
O Sol nasce todos os dias independente do nosso sofrimento e, abrir a janela pela manhã nos coloca em contato com outras realidades.
Não existimos sozinhos neste universo, portanto continuamos e como viciados em uma droga muito forte, o período de abstinência é uma parte do processo, depois é viver um dia após o outro sem ceder à tentação de telefonar, chamar, gritar, procurar, perguntar...
Então tudo vira calma, tudo fica insosso e quando menos se espera aparece um novo olhar, um novo sorriso, uma nova possibilidade de amar.
Será que seremos capazes, de amar outra vez?
Será que não existe a opção de viver sem amar?
Ora, só gostar e respeitar já dá conta, será?
Não quero pensar, para isso existem os poetas: “Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio. Mais vale passar silenciosamente,
E sem desassossegos grandes.
Sem amores...”
Certo é dizer que sem um fim definitivo jamais seremos felizes no recomeço.

Dando tempo

Tanto tempo passou...Não imaginava conseguir sobreviver tanto tempo sem você.
Quantos dias e noites sozinha, imaginando onde você estaria, sentindo seu cheiro trazido pelo sopro da saudade, me amando sozinha tentando entender porque meu prazer não te cabia. Você sempre coube em mim!
Cometi tantos desatinos, andei vagando pela madrugada desafiando o que pra mim sempre foi sagrado. Nas encruzilhadas gritei seu nome, ouvi muitas gargalhadas, na beira do mar chorei e pedi às águas que te trouxessem de volta, as ondas quebraram na praia silenciosas...
Noites sem dormir, tantas vezes quis desistir de viver sem você, mas nada do que fiz para tocar sua emoção foi possível, tudo em vão.
Hoje ouço as mesmas canções sem sofrer, olho seus olhos sem falta ou dor, sem desejo ou vontade. Tudo é tão triste, tanto amor, tanto querer bem, tanto desejo, tudo acabado, jogado no buraco negro de um universo de sonhos fracassados.

Opanijé- Valeu Zumbi (Blackitude 40 Graus// Part Heider do RBF)

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Desejo a você…

Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Crônica de Rubem Braga
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Noite de lua Cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho
Sarar de resfriado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender um nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Uma tarde amena
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel
E muito carinho meu.

Carlos Drummond de Andrade

Inconfesso Desejo

Queria ter coragem
Para falar deste segredo
Queria poder declarar ao mundo
Este amor
Não me falta vontade
Não me falta desejo
Você é minha vontade
Meu maior desejo
Queria poder gritar
Esta loucura saudável
Que é estar em teus braços
Perdido pelos teus beijos
Sentindo-me louco de desejo
Queria recitar versos
Cantar aos quatros ventos
As palavras que brotam
Você é a inspiração
Minha motivação
Queria falar dos sonhos
Dizer os meus secretos desejos
Que é largar tudo
Para viver com você
Este inconfesso desejo

Carlos Drummond de Andrade

Memória

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.

Carlos Drummond de Andrade

AUSÊNCIA

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

Carlos Drummond de Andrade

As sem-razões do amor

Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

Carlos Drummond de Andrade

NÃO DEIXE O AMOR PASSAR

Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.
Se os olhares se cruzarem e, neste momento,houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.
Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente: O Amor.

Por isso, preste atenção nos sinais - não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: O AMOR.

Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Felicidades


EXISTE “um lugar onde os sonhos são reais e a vida não”, onde o tempo e o espaço marcam com exatidão a existência do amor e da realização de todos os atos em seu nome.

EXISTE esse lugar... E por acreditar nisso, envio essas flores para guardar esse lugar dentro de nós, independente da “vida real”. E em nome dos bons sentimentos, te desejo PAZ!

Rita de Cássia

terça-feira, 15 de junho de 2010

Fragmentos de Alberto Caieiro


..." Uma vez amei, julguei que me amariam.
Mas não fui amado.
Não fui amado pela única grande razão-
Porque não tinha que ser.

Consolei-me voltando ao sol e à chuva,
E sentando-me outra vez à porta de casa.
Os campos, afinal, não são tão verdes para os que
são amados
Como para os que os não são.
Sentir é estar distraído."

Talvez seja

Não quero ouvir a razão, calem-se os amigos,
Quero ouvir os inimigos do meu coração.
Não quero pensar e nem tão pouco lembrar experiências vividas, quero mergulhar... E se eu não souber nadar?!

- Amar é uma grande idiotice!

Quero me apaixonar por um amor sem noção da real vontade da razão, afinal prá quê razão? Quando o bicho pega, a gente perde o chão e vai de encontro ao paredão e a razão não nos ampara nunca, aponta o dedo e diz: Eu bem que avisei! Mas o que eu faço se quando ele sorri... Tudo é tão perfeito, parece que eu nasci só prá olhar para aqueles olhos e dentes e pular no seu pescoço e nas pontas dos pés, beijar os lábios mais macios do mundo e pior, desejando que o mundo acabe ali, naquele instante.

- Amar é uma grande idiotice!

E quando ele me toca, o mundo inteirinho roda, é tanta excitação, não me interessa comer e nem beber, só me interessa o cheiro dele, o gosto dele, o prazer dele, nem o meu prazer importa...

- Concorda comigo que o amor é uma grande idiotice?

E quando o ciúme se instala, perde-se a calma, aí então é que se atropela a razão, o sublime vira objeto, amar e sentir ciúme, sentir ciúme ou amar qual será a maior idiotice?

E quando tudo isso acabar, com certeza vou chorar, ouvir Vander Lee e me recriminar... É sempre assim, tudo tão especial, tão diferente e tão clichê. E amar continuará sendo sempre, prá mim, uma grande idiotice.

Mas nos braços do meu amor, tão especial,
“ que é mais que pensei, é mais que eu sonhava, é mais do que eu esperava. Sou feliz, agora...” Depois com certeza vou me sentir uma grande idiota! Depois...

15.06.10

Rita de Cássia

terça-feira, 8 de junho de 2010

Para ler e refletir, sempre!

"Eu permito a todos ser como quiserem e a mim como devo ser." - Chico Xavier


Concentre-se nas três frases abaixo:

1ª - ' Para obter algo que você nunca teve, precisa fazer algo que nunca fez'.

2ª - 'Quando Deus tira algo de você, Ele não o está punindo, mas apenas abrindo suas mãos para receber algo melhor'.

3ª - 'A Vontade de Deus nunca irá levá-lo aonde a Graça de Deus não possa protegê-lo'.

Palpite

To com saudade de você
Debaixo do meu cobertor
De te arrancar suspiros
Fazer amor.
To com saudade de você
Na varanda em noite quente
E do arrepio frio que dá na gente
Truque do desejo,
Guardo na boca o gosto do beijo

Eu sinto a falta de você
Me sinto só

E aí, será que você volta,
Tudo à minha volta
É triste.
E aí, o amor pode acontecer,
De novo pra você,
Palpite.

To com saudade de você,
Do nosso banho de chuva,
Do calor na minha pele
Da língua tua.
To com saudade de você
Censurando o meu vestido,
As juras de amor ao pé do ouvido,
Truque do desejo,
Guardo na boca o gosto do beijo.

Eu sinto a falta de você,
Me sinto só

E aí, será que você volta,
Tudo à minha volta,
É triste.
E aí, o amor pode acontecer,
De novo pra você,
Palpite.

Eu sinto a falta de você,
Me sinto só

E aí, será que você volta,
Tudo à minha volta,
É triste.
E aí, o amor pode acontecer,
De novo pra você,
Palpite.

E aí, será que você volta,
Tudo à minha volta,
É triste.
E aí, o amor pode acontecer,
De novo pra você,
Palpite

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Parabéns para... (um amigo fez para mim)

Regozije-se, por seres essa pessoa maravilhosa e
Importante, na vida da tua família e de
Todos os teus amigos, pois é o
Amor, que a faz ser assim; porque é

Deus que a move
E te guia para tocares a tua vida. Por isso, você pode

Contar com todos, para continuares sendo
Ávida nas tuas ações e nos teus intentos! Continue a tua jornada
Superando todas as intempéries, que
Surgirem no teu caminho! Não te
Importe com coisas vis, vãs, por que
A tua aura é cheia de luz e prosperidade!

Você faz parte de nosso contexto!
Boas festas Juninas!

03.06.2010
Roberto Jorge

domingo, 6 de junho de 2010

Tenho medo...

Eu tenho medo de ter feito tudo errado,
De ter amado pouco ou demais e ter estragado o seu crescimento, de ter te cercado quando talvez você ansiasse por mais espaço...
Tenho medo da madrugada que você passa na rua e medo do que te completa e da falta que isso te faz.
Tenho medo de pensar que você não me ama e ter que prestar contas dos meus erros.
Tenho muito medo de te perder, de te ver perdido no vazio da busca,
Tenho medo das respostas que eu não perguntei, da escuridão entre nós e da falta que eu não te faço, do pouco que juntei e do muito que perdi.
Fica comigo?
Não me deixa... Tudo é tão triste sem você.
Amo-te, mais do que amo os meus cachorros.

29.05.10
Rita de Cássia

SAMPA... (Sob o olhar de um novo amor)

 Resultado de imagem para São paulo
Descobri sua beleza no olhar menino de um novo amor, 
sua cor cinza ganhou tons brilhantes através dos olhos do novo amor.
Ele chegou tal e qual sua garoa, 
lentamente, mas ao contrário não gelou, aqueceu...
Dessa vez não vi em ti o mau gosto, 
chamei de belo tudo o que vi através dos olhos do novo amor. O povo taciturno se tornando hospitaleiro sob o domínio do olhar do novo amor...
Enxerguei em ti cores e luz, onde não veria nada, te curti, te amei e desejei ficar, porém voltei feliz com meu novo amor.
Tão menino, sensível e tão doce esse novo amor!
Às vezes penso se vale à pena colocar “pilha” nova em um coração tão cansado de amar... 
Só o tempo poderá responder se esse amor vai envelhecer com o mesmo brilho no olhar ou se vai desistir de ver a beleza de amar.


quinta-feira, 27 de maio de 2010

Gatos Discutindo (Legendado)

Conheça os signos da Astrologia cigana

Quem pensa que a Astrologia é a mesma para todos está enganado. Muitas culturas têm diferentes formas de interpretação e algumas se guiam até pelo ano do nascimento. Mas, a Astrologia cigana não é tão diferente da astrologia que nós conhecemos. A diferença é que eles identificam os signos por meio de objetos da sua cultura.

Descubra o seu signo na Astrologia cigana:

Punhal (21/03 – 20/04)
Para os ciganos, o punhal é símbolo do pioneirismo e da superação. Esse signo significa a luta, a vontade de vencer e a honra. Quem nasce com a influência desse signo é bem resolvido, inquieto e de personalidade forte. Se for subestimado, pode até se tornar agressivo. Quando ama é fiel, exagerado e adora sexo.

Coroa (21/04 – 20/05)
Esse signo é relacionado à nobreza. A Coroa é o símbolo do amor, da elegância e do poder. Para a pessoa desse signo, a estabilidade financeira é fundamental. Quem é do signo de Coroa sabe muito bem lutar para conseguir o que quer. No amor, é fiel, sensível e não permite que brinquem com seus sentimentos.

Candeia (21/05 – 20/06)
Significa a luz, a sabedoria e as idéias. Esse signo também simboliza a esperteza e a vivacidade. A pessoa do signo de Candeia é comunicativa e tem o raciocínio rápido. Gosta de estudar e se relacionar com as pessoas. Quem nasce nesse signo é muito romântico e não desiste fácil de alguém na hora da conquista.

Roda (21/06 - 21/07)
A Roda significa a emoção que move a alegria e a tristeza para os ciganos. Está relacionada à Lua, pois representa o movimento de ir e vir. A pessoa desse signo é dócil e tranqüila, mas também pode ser muito difícil quando se irrita. Ela ama com intensidade e sente muito ciúme.

Estrela (22/07 – 22/08)
Representa sucesso e evolução. A estrela também indica a igualdade. A pessoa desse signo nasceu para brilhar e é otimista. Quem nasce no signo de Estrela vive intensamente e adora estar rodeada de amigos. Outra forte característica é querer sempre que tudo aconteça a seu gosto.

Sino (23/08 – 22/09)
Para os ciganos, o Sino tem relação com a pontualidade e a disciplina. O Sino representa a exatidão e a perfeição. A pessoa desse signo é muito organizada, crítica e ambiciosa. Adora aproveitar a vida, mas sempre com consciência e sem exageros.

Moeda (23/09-22/10)
Relacionada ao equilíbrio e à justiça, a Moeda representa riqueza material e espiritual. Quem nasce nesse signo vive para amar e tem sentimentos fortes. Gosta de ajudar as outras pessoas e de estar sempre apaixonada.

Adaga (23/10 – 21/11)
A Adaga simboliza as mudanças da vida. Ela é entregue ao cigano quando ele passa da adolescência para a vida adulta. A pessoa desse signo tem um temperamento forte e é muito perceptiva. Quando ama, é muito sensual e gosta de paixões arrebatadoras.

Machado (22/11 – 21/12)
Simboliza a liberdade, já que é capaz de acabar com os obstáculos. Quem é do signo de Machado é aventureiro e não gosta de uma vida estática. Esse signo tem como principais características o otimismo e a facilidade para se apaixonar e se libertar. As pessoas desse signo também são muito inteligentes e ligadas ao aprendizado.

Ferradura (22/12 – 20/01)
Para os ciganos, a Ferradura significa sorte e fortuna. Esse signo representa o esforço e o trabalho, por isso, quem nasce nele tem muito bom senso e é uma pessoa séria. Gosta de amores estáveis e tem imensa dedicação ao trabalho.

Taça (21/01 – 19/02)
A Taça significa a união e o valor. A pessoa desse signo é inteligente, original, humana e inquieta. Quem nasce nesse signo gosta muito de ação e criação. Gosta de inovar e aprecia a sinceridade. Vive sempre em busca da felicidade.

Capela (20/02 – 20/03)
Simboliza o grande Deus para os ciganos e é um sinal de fé. A pessoa desse signo é emotiva, sensível, leal e justa. Tem muita força espiritual e é sonhadora. No amor, é muito romântica e carinhosa.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Sou Eu

Sou eu, eu mesmo, tal qual resultei de tudo,
Espécie de acessório ou sobressalente próprio,
Arredores irregulares da minha emoção sincera,
Sou eu aqui em mim, sou eu.

Quanto fui, quanto não fui, tudo isso sou.
Quanto quis, quanto não quis, tudo isso me forma.
Quanto amei ou deixei de amar é a mesma saudade em mim.

E, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco inconseqüente,
Como de um sonho formado sobre realidades mistas,
De me ter deixado, a mim, num banco de carro elétrico,
Para ser encontrado pelo acaso de quem se lhe ir sentar em cima.

E, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco longínqua,
Como de um sonho que se quer lembrar na penumbra a que se acorda,
De haver melhor em mim do que eu.

Sim, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco dolorosa,
Como de um acordar sem sonhos para um dia de muitos credores,
De haver falhado tudo como tropeçar no capacho,
De haver embrulhado tudo como a mala sem as escovas,
De haver substituído qualquer coisa a mim algures na vida.

Baste! É a impressão um tanto ou quanto metafísica,
Como o sol pela última vez sobre a janela da casa a abandonar,
De que mais vale ser criança que querer compreender o mundo —
A impressão de pão com manteiga e brinquedos
De um grande sossego sem Jardins de Prosérpina,
De uma boa-vontade para com a vida encostada de testa à janela,
Num ver chover com som lá fora
E não as lágrimas mortas de custar a engolir.

Baste, sim baste! Sou eu mesmo, o trocado,
O emissário sem carta nem credenciais,
O palhaço sem riso, o bobo com o grande fato de outro,
A quem tinem as campainhas da cabeça
Como chocalhos pequenos de uma servidão em cima.

Sou eu mesmo, a charada sincopada
Que ninguém da roda decifra nos serões de província.

Sou eu mesmo, que remédio! …

Álvaro de Campos

“Sou o grande homem de minha vida”

Psicologia Por Valdeci Gonçalves da Silva
valdecipsi@hotmail.com
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“Sou o grande homem de minha vida”
(MARÍLIA GABRIELA, 2006, p.23).
A aquisição de poder da mulher, neste momento histórico, não se dá somente em termos profissionais de sua inserção no mercado de trabalho. Esta conquista neonata se expande por todos os outros campos da sua existência, inclusive da sexualidade. E desenha contornos outrora jamais pensados para o que se configurou como feminino. Assim, a condição de gênero, praticamente, se nivela, e dar passagem aos desejos, prazeres e gozos plenos, deixando na irrelevância às marcas tradicionais e ostensivas as quais balizava. Agora, os papéis próprios de cada gênero se fundem no que não mais parece inscrever o masculino somente no público e ativo que incorpora o macho, e o feminino na exclusiva passividade, do privado familiarizado à fêmea, que eram pressionados a desempenhar ou a se conter.
De modo indubitável, “as sociedades humanas acrescentam infinitos detalhes para definir socialmente o que significa o homem e o que significa a mulher, as qualidades e o status respectivos que enraízam suas relações com o mundo e suas relações entre si” (Le BRETON, 2006, p.56). Agora, esses papéis se alternam, sem que isso, necessariamente, os descaracterizem dos convencionais territórios díspares em que foram forjados. Independente de ter na sua fisiologia pênis ou vagina se encarna a preposição de ser humano, e, assim, parcela significativa dos atores sociais prioriza como mais relevante à satisfação seja ela ou não sexual.
A mulher do século XIX, basicamente, se enquadrava em dois perfis, quando no melhor do sentido era tida como um enigma - frágil, sensível, dependente, assexuada e passiva - e, no pior a tinha como um diabo - representação de uma organização física e moral facilmente degenerável, dotada de excesso sexual que devia ser controlado (NUNES, 2000). Segundo a autora, para alguns pensadores, inclusive Freud, a visão da sexualidade feminina normal é aquela herdada do Iluminismo, isto é, passiva e doce, dotada de menor agressividade e debilidade sexual, com tendência masoquista. E isso, aos poucos, acabou por vincular essa dualidade, presente na economia libidinal da histérica, às mulheres de modo geral, e transformou a sexualidade feminina num enigma, e a mulher numa ameaça. Enfim, para Nunes (2000), o enigma a que se refere Freud, na verdade, se deve ao fato do homem imaginar a coexistência da feminilidade na mesma mulher como boa, passiva, amorosa, castrada, masoquista, de um lado; e seus componentes destruidor, potente, fálico, castrador, sádica, de outro.
É com base neste enfoque fálico da conduta feminina que o presente texto tenta dissertar até chegar ao feminino do homem. De acordo com Laplanche e Pontalis (2004), o falo na antiguidade greco-romana, é a representação do órgão sexual masculino. Na psicanálise este termo sublinha a função simbólica desempenhada pelo pênis na dialética intra e intersubjetiva. Ou seja, “pênis” órgão masculino na sua realidade anatômica, e “falo”, sublinhando o seu valor simbólico. Ou ainda, o desejo de fluir do pênis real no momento do coito e o desejo de ter falo, como símbolo de virilidade. Para os autores, a expressão mulher fálica ou, para alguns outros, alfa designa a mulher que tem um falo, e não a imagem da mulher ou da menininha identificada com o falo. Uma linguagem aproximativa para qualificar uma mulher com traços de caráter pretensamente masculinos, autoritária, mas, sem saber quais são exatamente as suas fantasias subjacentes. Para Nasio (2007), o falo não é o pênis enquanto órgão, mas a sua fantasia, idealização, símbolo da onipotência e de seu avesso, a vulnerabilidade.
Em outras palavras, não há uma relação direta da mulher fálica com a masculinização, não se trata apenas das características físicas, fisionômicas, mais também das atitudes ou posturas corporais. Para Desprats-Péquignot (apud FRIEDRICH, 1996), a simbolização do sexo - ou seus impasses -, as identificações - e suas transformações - com base nas qual cada um reivindica “ser um homem” ou “ser uma mulher” organizam-se em torno da identificação com o falo - significante (p.62). Portanto, o falo não é nem o órgão, peniano ou clitoriano, nem um objeto, nem um fantasma, mas um significante particular que marca a parte da conjugação da sexualidade, em suas manifestações orgânicas para os dois sexos, com a linguagem (PORGE, 2006). No texto, “Eu sou uma Bridget: Fálica”, de Tatiane Bernardi (2007),sua personagem
Clarice, uma publicitária de 31 anos, é uma mulher fálica que acaba de descobrir na sua terapia que tem pinto. Não real, mas comportamental. Em alguns casos ela se comporta como um homem. Entra num restaurante pisando firme, exige uma mesa para dois não fumantes, bem como pega a mão do cara respeitoso e enfiava no meio dos próprios peitos. Na sua cabeça, esse negócio de discutir relacionamento num cantinho reservado, é uma situação mais propícia para alguns gemidos.
Para Nasio (1997), o pênis imaginário é chamado falo, e que o desejo da mãe, bem como de toda mulher, é ter o falo. A partir de Lacan este autor conclui que o falo é um padrão simbólico, significante do desejo. O bebê é o falo imaginário do desejo da mãe. Freud se opõe, tendo como referencial o dado biológico, a possibilidade de inscrever a diferença dos sexos em nível do inconsciente, uma vez que considerada o primado do falo. Mas, culturalmente, os gêneros adquiriram a conotação de ativo para homem e passivo para a mulher. Logo, a mulher fálica se insere no contexto de descoberta da anatomia feminina e na incongruência entre a falta efetiva do falo e o possível poder representado pela figura materna, que concretiza o seu poder sem a falta (FRIEDRICH, 1996). No entender de Quinet (2005), o falicismo do poder do capital pode ser ilustrado na ostentação de riqueza do nouveau riche (novo rico), e na atitude da mulher rica - não necessariamente (grifo nosso) - que trata os homens como objetos de troca (p.82). O desejo fálico da mulher, ou da posse desse poder, parece residir numa ambigüidade. Nesta perspectiva,
o que mais Clarice queria, era, na verdade, encontrar um homem com pinto maior do que o dela. Era tão difícil assim? Um homem que a fizesse sentir tão mulher que a deixasse descansar dessa sua autodefesa masculina.
Para esta personagem, “maior” assume a aura de mais poder, contrariando o consenso, de que “Tamanho não é documento”1. E também sugere de que ser fálica para mulher o tempo todo cansa (sem dúvida para o homem idem). Essa postura lhe provoca o desencontro amoroso, mas não para o homem cuja conduta fálica é desejável. No entrevero da sexualidade a mulher, pelos menos a maioria delas, na maior parte da sua convivência, não vai querer um homem “mole”, desvirilizado. A não ser que a mesma tenha outros interesses além do afetivo-sexual, ou não encare a sexualidade como um item indispensável para a sobrevivência do relacionamento do casal.
Para Freud (apud ANDRÉ, 1987), um grande número de meninas jamais se tornam, no plano psíquico, mulheres. Assim, a mulher deve ser fabricada (o tornar-se mulher de Beauvoir) mediante longo processo psíquico. “O que não quer dizer, certamente, que a existência material da vagina seja ignorada, mas que ela não é conhecida como outra coisa que não um falo furado” (ANDRÉ, 1987, p.191). Mas, os postulados freudianos, e mais ainda os aforismos lacanianos, em especial, no que diz respeito à sexualidade, não são fáceis de serem “digeridos”. Muitos autores fazem críticas à teoria freudiana de que a mesma é falocrática, portanto, machista. Na visão de Nunes (2000), Freud constrói um modelo monista da sexualidade, da primazia do órgão sexual masculino sobre o feminino. Sua tese é de que as crianças só reconhecem o pênis, negando por completo a existência da vagina. Enfim, “o pênis freudiano foi psicanalisado, mas nunca politizado” (FRIEDMAN, 2002, p.173).
A falta de ponto de apoio para a identificação especificamente feminina, ou seja, da mulher não fálica, faz com que a imagem corporal não possa revestir e erotizar completamente o real do seu corpo. A não ser que ela se faça “toda fálica” ou “se faça de homem” (ANDRÉ, 1987 - grifos do autor), o que não significa que assuma uma aparência masculina, mas que aborde a sexualidade à maneira do homem, na sua ostentação fálica. É mais frequente encontrar a mulher fálica em atividade profissional que exige tomada de posições ou de decisões mais contundentes, a exemplo de empresárias, políticas, etc. A título de ilustração descrevo, a priori, duas figuras do cenário artístico internacional que parecem caracterizar com nitidez tipos diferentes de mulheres fálicas. A cantora americana de origem italiana, e dublê de atriz, Madonna, e a atriz, também americana, Angelina Jolie.
A Madonna (2007) afirma: “Prefiro homens de visual efeminado e os novinhos [...] garotos de 15-16 anos são os melhores, eu gosto dos garotos delicados que não têm medo de mostrar os sentimentos e chorar. Eu quero um corpo macio e gostoso não um Hulk?”(p.3). E Jolie (2007) confessa: Não sou fã de abraços. Se me abraçam, prendo a respiração. Carinhos, abraços e choro são coisas que me incomodam (p.46). Estas falas parecem retirar a suposta essência feminina deixando transparecer a objetividade e aridez masculina. A musa pop, um biótipo comum, nem tão refinada, explicita uma agressividade fálica descomunal. Tem o absoluto controle da sua carreira, e vida pessoal, e sabe como esgotar todas às vantagens das situações que provoca para se promover e se manter em evidência. Assim, somente uma mulher com um “pênis na cabeça” (como se autorreferiu algum tempo atrás), conseguiria.
Madonna encantou multidões, como ícone de intensa sexualidade, pela irreverência e rebeldia de seu ímpeto modernista e libertino, do que pelo ideário romântico. Hoje, tenta se acomodar a “vidinha” de uma típica e pacata mãe de família inglesa. Mas, para que não a esqueçam, sem nunca deixar de provocar ou de se insinuar para a mídia. O mundo é o palco das suas invenções, caprichos e necessidade de aparecer. A Jolie, embora feminina, meiga, sensual, é igualmente fálica, porém não tão agressiva nas atitudes. Ainda que tenha revelado que transa com mulheres, e que sabe satisfazê-las (JOLIE, 2004), esta anunciada bissexualidade, não afetou a sua imagem. Uma vez que é objeto dos devaneios eróticos dos fãs de todos os gêneros. Apesar das suas declarações bombásticas, ela se impõe como agente solidária de países pobres contra a miséria, e luta pela paz junto à formalidade de órgão internacional voltado para esse fim.
Enfim, estas mulheres têm o poder, o controle do sucesso de suas carreiras e homens, etc., e se dão ao direito do gozo das extravagâncias sejam ou não sexuais. Parecem estar acima do bem e do mal. E o público, seu súdito espontâneo ou não (muitos são obrigados a consumi-las pela imposição da mídia), as reverenciam ou as acatam. Outros exemplos de mulheres fálicas: Angela Merkel, Chanceler alemã, e Michelle Bachelet, presidente do Chile, tipos masculinizadas (mas isto não quer dizer que as mesmas sejam lésbicas); e Ségolène Royal, candidata a presidência da França deste ano, que está mais para a fálica feminina.
No entender de Freud (apud ASSOUN, 1993), a vida sexual da mulher adulta é um dark continent (um continente negro) para a psicologia. Até hoje, somente Jabor (2006), um aficionado pela psicanálise, foi capaz de contestar tal afirmativa: “É um preconceito essa mania de dizer que as mulheres são “incompreensíveis” (mesmo Freud)” (p.20 - grifos do autor). Esta dificuldade de entender a mulher não estaria ligada à questão fálica? A mulher, em geral, se faz indefesa, e leva a acreditarem nisto. Por conseguinte, estimula e fortalece o imaginário masculino, uma vez que, assim, não se constitui para ele uma ameaça. As fálicas têm o poder de sedução mesmo a partir do aparente frágil, ao passo que se mantém afiadas para castrar qualquer ação que vá de encontro as suas intenções.
As mulheres fálicas agem centradas no direito do seu próprio gozo, não abre mão do poder que usa sem pudor e culpa. Suas vontades são indiscutivelmente priorizadas. Atraem e seduzem pela aura de independência que não demanda do parceiro nenhum esforço ou compromisso para protegê-las. Bem como não se mostram, abertamente, contra os homens, a exemplo das feministas. Assim, como não se deixam castrar, não veem os homens como inimigos. Até zombam da fragilidade dos mesmos. Para Baudrillard (2001), o feminino é o único gênero, que o masculino só existe por um esforço sobre-humano para se livrar dele, é a fortaleza fálica do homem apresenta todos os signos da fortaleza, ou seja, da fraqueza.
As mulheres fálicas, decerto, têm uma forte expressão de autenticidade. Mas, o poder fálico assumido exige muito da mulher. E essa condição, notadamente se dá pela aceitação de uma sexualidade mais livre de preconceito e tabu (o que não significa necessariamente promiscuidade). As fálicas, conectadas com a sua feminilidade, aceitam seu desejo sexual, e deixam transparecer um tipo mais tenaz de sensualidade. As mulheres reprimidas não conseguem externar, convencer desse potencial. Uma vez que, a sensualidade não se sustenta apenas na macaquice de “caras” e “bocas”, pois logo termina revelando a falseta ou descambando para o apelo explícito da vulgaridade.
Contudo, tem mulheres e homens de sensualidade primitiva (o que não quer dizer bruta), que não fazem o menor esforço para que assim pareça, sua sensualidade está à “flor” da pele, e muitos, às vezes, nem se dão conta disto. Eles têm um sex appeal natural.A profissional do sexo com ou sem sensualidade, por exemplo, é o tipo de mulher que sabe lidar com o seu poder fálico, e por isto mesmo não assusta e nem constrange o homem. Ela é, em termo simbólico, a “grande mãe” que aconchega, e eleva a auto-estima do cliente. Portanto, não compete, não tem sentimento de inferioridade (mas isto não a impede de sentir-se socialmente marginalizada). Ela não precisa da figura masculina, sabe da sua superioridade de gênero, mas apenas do seu dinheiro, e por isso faz qualquer um se imaginar o mais poderoso dos homens. Bataille (2004) diz que não existe uma prostituta em potencial em cada mulher, mas a prostituição é a conseqüência da atitude feminina (p.204). Uma vez que, segundo o autor, na medida de seus atrativos, está sempre exposta ao desejo do homem.
Nietzsche (2000) entende que a mulher perfeita é um tipo de ser humano mais elevado que o homem perfeito; e também algo muito mais raro (p.219). A parte este exagero, afinal de contas não existe ser humano perfeito. Entretanto, é possível reconhecer um potencial humano na mulher, não necessariamente mais intenso, porém mais explícito. O homem, por uma questão cultural é mais contido, reservado ou tímido, tem medo ou lhe falta permissividade aos afetos. Por vezes, ingenuamente, isto o faz se pensar mais forte do que a mulher. Esta pode chorar, gritar, xingar, ficar histérica que é aceita. Ou seja, extravasa as emoções, e, assim, suporta melhor as tensões na medida em que se “enche”, e se “esvazia” com relativa facilidade. Ao passo que o homem as retém, e somente lhe é permitido externar as emoções agressivas (físicas), mas não as suas demais modalidades.
Todavia, entre seus pares os homens são tão curtidores uns com os outros quanto afetivos. Simulam lutas como desculpas para, na verdade, se tocarem, nessas brincadeiras que tem muito do seu carinho manifesto. Na realidade, os homens são menos bloqueados do que se propaga. Diria que seus afetos parecem mais restritos, específicos e ocasionais. Basta observar os jogadores e torcedores em comemoração de gol. O quanto eles se permitem à proximidade. Embora as pesquisas atuais apontem que “os homens são tão fofoqueiros quanto as mulheres - ou até mais que elas”2 (ZAKABI, 2007, p.104). Porém, se não compartilham seus amores ou pendências amorosas, diferente das transas que as suas predileções, no entanto estabelecem condutas respeitosas de exemplar fidelidade canina, no sentido literal da expressão, os homens são mais verdadeiramente amigos.
Esta estrutura de amizade, em geral, é rara entre mulheres e homens homossexuais, porque estão, em virtude de sua vulnerabilidade, sempre invejando e competindo entre si. São conhecidos como classes desunidas, nas quais quase não existe corporativismo. E, às vezes, muitos não têm escrúpulos de tirar de modo politicamente incorreto ou desonesto, vantagem sobre um (a) colega. Um segmento da Teoria de Campo de Kurt Lewin (apud MINICUCCI, 1987) denominado Atmosfera Social, diz que um conjunto de personalidades fortes forma grupo de gestalt fraca, e vice-versa. Aplicada a este contexto, poderia se dizer que os homens heterossexuais formam grupos fortes em razão da sua constituição de personalidades possivelmente fracas ou socialmente privilegiadas. Logo, os grupos de mulheres e homens homossexuais, apesar da sensibilidade que lhe são permitidos, formam gestalts fracas em decorrência de um provável potencial de personalidades fortes ou conflituosas. Talvez porque, recaem sobre estes últimos sujeitos uma carga maior de exigências, e menos ou quase nenhuma regalia e benefícios sociais.
Para Nietzsche (1995), a luta por direitos iguais é um sintoma de doença, a mulher quanto mais é mulher, mais se defende com unhas e dentes contra os direitos em geral, e que mulher se cura ou se redime, tendo um filho. Esta fala lembra Freud com história da castração, sem dúvida uma visão machista, mas compreensível por ser a tônica da sua época. Na realidade, as questões do masculino e do feminino são instituídas por meio de leis proibitivas que produzem gêneros culturalmente inteligíveis mediante a produção de uma sexualidade inconsciente, que ressurge no domínio desse imaginário (BUTLER, 2003).
Segundo Guattari (2000), não se pode esperar uma melhoria das condições de vida da espécie humana sem um esforço considerável de promoção da condição feminina (p.33). Entretanto, o festejado 8 de março dá a impressão de que ao invés de reforçar a auto-estima da mulher, fortalece a sua condição de vítima. Assim, é preciso combater as injustiças e discriminações sem usar o sexo como pretexto, e sim porque são os direitos do ser humano (MEDEIROS, 2007). Na realidade, todos esses dias comemorativos, não só denunciam a vulnerabilidade e a negligência dos direitos sociais dos segmentos homenageados. Mas, de alguma forma, termina por legitimar sua posição de desfavorecidos. Os direitos dos seres vivos, e humanos devem ser garantidos, independente do grupo ao qual pertençam ou representem.
A sexualidade não revolucionou as relações de gênero nem modificou radicalmente os lugares de cada um (BOZON, 2004, p.93). Embora, se esperasse a partir do movimento feminista uma reação mais simétrica na relação de gênero (HEILBORN, 2004). Esta autora conclui que, de fato, a sexualidade se alterou no que diz respeito à família, mas não produziu um panorama de liberdade. Embora ainda haja repressão, porém, no ensejo da contemporaneidade a mulher tem disputado quinhões de liberdade sexual muito próximo ao do homem. Se ainda não chegou a uma horizontalidade irrestrita, entretanto não desmerece o fato de que, a sua atual posição, em termos comparativos com um passado, até recente, é razoavelmente confortável.
As mulheres fálicas ao assumirem seu poder, com isso afirmam seu direito de igualdade, ao passo que as outras se debatem na armação ou engodo de que são frágeis. Ameno (2001) diz que a maioria das fêmeas é farsante, interpreta um papel para o qual não tem a menor vocação, apenas por interesse financeiro ou para “segurar” o companheiro. Os homens que não são tolos, não abrem mão do seu prazer. Para a autora, “o homem é um ser biologicamente livre e a sociedade transferiu para o mundo social a mesma liberdade de que ele goza” (AMENO, 2000, p.63). Porém, os únicos pontos de vulnerabilidade que, de fato, deixa a mulher numa certa desvantagem em relação ao homem, são a sua dependência hormonal que resulta na oscilação de humor na TPM (Tensão pré-menstrual), um apego acentuado aos detalhes, e o medo, segundo Nasio (2007), de ser abandonada pelo homem amado.
Se os homens têm a iniciativa, as mulheres têm o poder de provocar o desejo dos homens. Seria injustificado dizer que as mulheres são mais bonitas ou mesmo mais desejáveis que os homens [...] Elas não são mais desejáveis, mas elas se propõem ao desejo (BATAILLE, 2004, p.203). Antes da revolução feminista, a mulher era pressionada a fingir prazer sexual e esconder seus desejos eróticos, o máximo que o social lhe permitia era provocar, se colocar na posição do desejável, do proibido que instigava o homem a conquistá-la e a desvendá-la. Ainda existe muito do ranço dessa repressão, e não é à toa que, facilmente, procura-se destratar as mulheres usando como recurso a sexualidade devassa, o oposto para o qual a mulher foi educada ou castrada. Prostituta e vadia estão entre os adjetivos mais soletrados para ofender a sua moral.
Mas, ainda existe dubiedade no comportamento de liberdade sexual da mulher, por questões que, de algum modo, são inerentes à sua biologia, e que são reforçadas pelo social. Para o homem, por exemplo, é bem mais fácil “ficar” por conta da sua divisão sexo/amor, e a mulher nem sempre consegue se dividir com a mesma imparcialidade. De modo que, mesmo os jovens que “ficam”, em particular o gênero feminino, mantêm subjacente o sonho do amor romântico (MELO, 2006). Contudo, para as moças, a situação é um pouco mais delicada, se por um lado tem a liberdade sexual; por outro lado tem a concorrência na conquista de um parceiro. Uma disputa acirrada, que a deixa bem mais vulnerável. Como afirma Duarte (2006), a menina tem medo de não agradar até o abusador (p.43), pelo simples fato de que “ela fica feliz só porque é aceita”(p.46).
Somente a profusão e difusão de uma economia erótica não falocêntrica é que irá banir as ilusões do sexo, do gênero e da identidade (WITTIG apud BUTLER, 2003). Neste sentido, uma mesma orientação sexual não define uma identidade psíquica comum a um certo número de mortais desejantes, pois orientação sexual, isto é, o desejo, é uma questão clínica, ou seja, particular, que se resolve na cama ou no divã, conforme o gosto do freguês (PASSARELLI, 1996a, p.72). Apesar de mais liberdade de expressão e de direitos conquistados pela mulher, alguns homens machistas ou inseguros ainda não admitem que ela tome a iniciativa da sedução e, em especial, da sexualidade propriamente dita. Afinal, as mulheres não são todas submissas à função fálica (PORGE, 2006). Mas, ainda chocam, quando são sedutoramente fálicas ou ousadas.
O polêmico caso da ex-modelo Daniela Cicarelli e seu namorado, filmados3 por paparazzi, praticando sexo numa praia da Espanha, explícita essa atitude. Fora alguns detalhes - que serão a seguir comentados -, seriam cenas comuns repetida por inúmeros mortais anônimos, nas mais diversas orlas marítimas do planeta. Mais do que causar constrangimento aos fãs e ao público em geral, talvez à participação o tempo todo ativa da Cicarelli tenha sido um dos aspectos mais marcantes neste episódio. Sempre tomando as iniciativas num sedento afã sexual que, sugerindo ausência de qualquer aura romântica, o casal evidenciava estar ali para este fim: o desfrute do sexo pelo sexo. Até porque o local, pelo menos num primeiro plano, parecia uma praiazinha cinzenta e sem graça.
Numa das cenas, meio que imersa na inversão de papéis, a Cicarelli veste uma blusa, e, meio masculinizada, dá uma ajeitada e sai para pegar um picolé (símbolo fálico), e o parceiro a espera. Depois, ele retoma o poder, e oferece uma bebida, com certeza para deixá-la ainda mais solta. No resto da seqüência a maioria das cenas está sob direção da bela. Abrindo aqui um parêntese, o pornô filme deixa bem claro que esta moça pode ser acusada por tudo: Apresentadora sem talento e desengonçada, desastrada a exemplo do seu casamento bufo em Chantilly (França), etc., mas, jamais de que não seja bastante habilidosa no manejo das coisas do sexo. Enfim, Cicarelli mais do que pelo sexo explícito, parece ter chocado pelo seu comportamento fálico.
Pelo fato de ser celebridade e mulher, recaiu sobre si todo ônus das mais impiedosas críticas, como se a mesma tivesse protagonizado tudo sozinha. Seu parceiro passou incólume. E ainda com possíveis vantagens pelo seu desempenho de macho, com direito a posar pelado. É estranho esse interesse pela sua nudez, como se desejassem ter uma noção ainda mais exata do que Cicarelli teve na sua ilusória privacidade. Depois de “expor” a sua sexualidade, e fecundar com seu gozo o imaginário de um universo de voyeuristas. É no mínimo ridículo querer interditar a posse dessas imagens e notícias. Deviam ter o bom senso de assumir as inconseqüências dos seus atos que, feitos adolescentes em busca de aventura, praticaram sexo em via pública. Ameno (2000) diz que a maioria das mulheres no mundo moderno, entretanto, não parece feliz (p.95). Então as fálicas madonnas, jolies e cicarellis da vida, sendo, fazendo e acontecendo não estariam felizes?
Ane, amiga de Clarice, que vive de pensão do ex-marido, e passa o dia inteiro lendo revistas idiotas, acabara por ficar mais metida a Freud do que interessada por homens: Se você quer um homem de verdade, seja uma mulher de verdade. Mas você fica aí querendo competir com eles, não é?
As mulheres estão mais acessíveis como parceiras sexuais, mas ao mesmo tempo, mais intimidantes, mais ameaçadoras para os homens. Muitos homens não compreendem mais o que as mulheres esperam deles (LIPOVETSKY, 2000, p.58). Com a mudança dos paradigmas a mulher saiu da submissão, para conquistar seu lugar no trabalho, na sexualidade, na vida. E essa postura, por vezes, desequilibra o poder garantido do dominador com o qual foi contemplado o macho. De fato um sujeito frágil, no sentido de que tem dificuldade para lidar com as emoções em virtude da falta desse exercício (SILVA, 1999). Ele não aprendeu a interagir com o sexo aposto que não seja exercendo sua atribuída superioridade para subjugá-lo. Na realidade muitas mulheres, ainda hoje, sobretudo nesta cultura vivem sob este imperativo. Mas, estilizadas pela modernidade, disfarçam de que não são Amélias.
Clarice questiona: Mas o que era então uma mulher de verdade? Ou pelo menos uma que atrairia um homem de verdade? Seria a meiga falsa que já deu pra meia cidade, mas continua com o semblante de virgem fingindo um medinho? Ou seria aquela mulher que espera o príncipe encantado que vai lhe ensinar, bem como pagar suas contas. E, em troca, tudo o que ela precisa fazer é um boquetinho com a tática de cobrir os dentes com os lábios voltados para dentro da boca? Uma mulher de verdade é feminina, só isso.
Morim (2007) destaca que ninguém nos ensina a compreensão humana, e que há muita incompreensão no mundo de hoje, e que esta nos acua seja na família, no trabalho, ou entre culturas e comunidades diferentes. Este autor alerta que “é necessário ensinar quais as armadilhas e ilusões que fazem parte do conhecimento”(p.13). Às vezes, a independência e a autonomia de algumas mulheres podem esconder também o esforço para agradar por assim suporem que esse seja o ideal para o homem. Neste sentido, Nietzsche (2000) diz que, por amor, as mulheres se transformam naquilo que são na mente dos homens por quem são amadas (p.223). Amadas? Não obstante, o desejo do homem é um dos mais complexos e delicados, e há uma lacuna de estudos a respeito do indivíduo masculino na condição de objeto da psicologia.
Toda literatura psicológica, mesmo que de modo machista, é voltada para a mulher, criança, etc. O masculino fica implícito como Modelo, indiscutível, inquestionável. Se Freud diz que a mulher é um “continente negro”, diria que o homem é uma “península soterrada”. Em virtude disto, é difícil de se auto-reconhecer na sua essência, pelos excessos de domínio, abuso e poder. A igualdade dos gêneros depende da ação de que esses “entulhos” sejam removidos, para o nascimento de um homem mais leve, menos encouraçado ou máquina, mais gente e ser humano, e não tão acentuadamente preso à estereotipia de ter que ser macho. Seja o machismo a causa da ignorância, ou vice-versa, mas sem dúvida ele é um dos grandes fatores de atraso tanto no que diz respeito à evolução da relação dos gêneros quanto da civilização.
A psicologia do homem não estará aberta para receber o verdadeiro amor, purificado de todos os seus aspectos sóbrios, até que passe pela escola da amizade amorosa (KOLONTAI, 2005, p.42). Nesta ótica, Duarte (2006) diz que hoje, dão (os homens) muito pouco tempo à intimidade para a pessoa (a mulher) conseguir ter o orgasmo (p.62). Isto prova que se desnudar para o sexo não quer dizer, necessariamente, intimidade. Esta somente ocorre com base no respeito e no vínculo afetivo. O sexo do “fica” e suas derivações podem até ser prazeroso, mas tem de se admitir sua condição promíscua. Por ignorância, uma vez que o indivíduo chega fácil e rápido ao orgasmo, julga que a mulher devido a sua disponibilidade também esteja pronta com a mesma urgência.
Além do que não se tem uma cartografia erótica e emocional do outro. Numa prática sexual norteada pela impessoalidade e vulgaridade por que o homem teria de se preocupar com o orgasmo de uma aventureira casual e/ou desconhecida? Este egoísmo é coerente com a forma por meio da qual essa sexualidade está sendo negociada. No imediatismo da fragmentação a que se presta, esse sexo cumpre a sua função que é apenas de desafogo. Daí, não se pode cobrar nada mais do que isso. Nesse playground de sensações solitárias e de prazeres masturbatórios a dois, cada um que aproveite ao máximo, do contrário que esteja atenta (o) para não perder o gozo nas próximas “rodadas”.
Na opinião de Duarte (2006), para fazer a mulher sentir orgasmos múltiplos, o homem precisa estar muito bem preparado (p.59). Claro que não, esta afirmativa é furada: primeiro, porque se a mulher tiver algum tipo de transtorno sexual, a exemplo da frigidez, assim, travada, não tem “garanhão” ou Don Juan que dê jeito; segundo, embora o sentimento de segurança e de envolvimento emocional do parceiro seja, de fato, importantes, não são determinantes para que a mulher tenha orgasmos múltiplos; por último, atribuir esse feito ao homem, é colocar a mulher mais uma vez, sob a sua dependência, é negar toda uma luta para ser dona do próprio corpo, enfim, é regredir. O orgasmo feminino não depende da potência viril do parceiro, uma mulher sem trauma, tabu e culpa, ou seja, resolvida, o camarada é apenas o estímulo que a levará aos seus orgasmos múltiplos. De modo meio rasteiro, a própria Duarte (2006) confirma “que se a mulher tomar um banho-de-língua, ou de afeto, ela vai sentir tanto êxtase, que a introdução passa a ser a última etapa” (p.59).
Segundo Lipovetsky (2000), o falo é uma arma e toda penetração de uma mulher por um homem é aparentada a um estupro. A mulher é consenciente? O crime de “invasão” guerreira permanece inteiro (p.73 - grifo do autor). Se tiver como padrão os filmes de Hollywood, esta observação do autor tem fundamento. Considerado que, o ritmo frenético das ações que assina a maioria das superproduções idiota da Meca do cinema, é comum apresentarem protagonistas com um apetite sexual voraz. A mocinha de semblante puro, mas que de ingênua não tem nada, de repente se escancha no parceiro e este, por sua vez, a arremessa na parede, na cama, etc., executando um alucinado ritual de “canibalismo” sexual. Assim, vende-se a idéia de que o sexo prazeroso e excitante somente é possível com tais aspectos de violência performática e dramaticidade cênica. A mulher adulta tem o total controle de se deixar ou não violentar por um parceiro. Todavia, a violência maior vem da própria condição de “coisificação” a que todos estão submetidos.
Como diz Simmel (2001), o que se exclui, na realidade, é amor e sensualidade isolada colocando-se o prazer sensual como fim, diga de passagem, trágico, em si (p.134 - grifo do autor). O sexo, mais do que nunca, está vulgarizado. Homens imaturos ou com algum tipo de distúrbio sexual acabam sendo estimulados pela exposição e provação de corpos jovens cada vez mais desnudos e promíscuos. Vive-se a compulsão da sexualidade libertina, e por isto, em meio à solidão afetiva. Há um desequilíbrio social que tenta serenar uma série de angústias, faltas, medos e desencontros no sexo ordinário. Mas, por vezes, se transforma em violências simbólicas ou reais, isto porque o sexo sem o respaldo afetivo não consegue canalizar toda essa descarga deplorável de insatisfações.
O homem moderno parece atraído pelas “flores de plástico”, talvez porque, como diz a música dos Titãs, “não morrem”, ou seja, são mais fáceis de enfrentá-las por estarem mortas. Quando há sentimento, este emoldura de brilho, cor e encanto o vínculo do legítimo relacionamento. Por isso, se goza com o todo: olhar, voz, toque, no pensar e sonhar com outro, etc. O que é saudável, porém extremamente assustador para os sujeitos de pouca saúde ou doentes. Quando não, o prazer se reduz aos genitais, a penetrações de boca, anus e vagina. Na relação com tesão e vínculo não precisa de lugares picantes, modernos, para fazer emergir o desejo. É o sentimento que sofistica os momentos e os lugares mais simples, porque trás em si a potência do desejo, e se tem algo próximo do êxtase quando em comunhão com a natureza. O sexo e o amor são instintivos (o que não quer dizer perversos ou agressivos), o ambiente requintado é como desodorante que, retira o cheiro natural do corpo, e deixa um aroma excepcional, porém fabricado. Então, haja filmes pornográficos e outras peripécias para suscitar e/ou assegurar alguma excitação, ereção, etc.
Mas, independente da modalidade sexual, se o indivíduo quer dá em troca o prazer que a mulher lhe proporciona, precisa considerar seu tempo mais estendido para ser tomada pela excitação. Quanto mais jovem é o parceiro, em geral é mais afobado, não exatamente por egoísmo, mas porque está mais preocupado consigo, com sua auto-imagem. Antes de qualquer outra intenção, ele está tomado pela obrigação de atender a cruel “voz” social que exige dele uma vigorosa e espetacular performance sexual. Para que, assim, possa obter os louros que reforçam e o mantém no ideário do ser macho. Em vista disso, a parceira, muitas vezes, não passa de mero objeto para as suas auto-afirmação e experimentações. Na perspectiva de atender a essa ordem, no arrojo da sexualidade, o jovem esquece que, antes da mulher com os anseios de Afrodite, tem a pessoa, o ser humano ao seu lado. Somente homens seguros (o que não dizer, apenas, os maduros em termos de mais idade) relaxam, e conseguem ver a parceira, seus desejos e necessidades.
E hoje a mulher está buscando a sua emancipação em termos masculinos (MATOS, 2007, p.13). É possível um revanchismo inconsciente por ter sido reprimida e privada desse poder por muito tempo. O universo fálico masculino foi construído com base na agressão, por isto é que carece de uma sintonia receptiva, acolhedora, solidária, “uterina”. Para Branden (2002), se, no passado, as mulheres foram cortejadas, manipuladas, seduzidas e usadas como brinquedos e não levadas a sério, nos tempos modernos há uma mulher para cada finalidade, para se admirar; para apenas transar e para casar. Embora com descrição, as mulheres também usam desse expediente, mas sem a necessidade infantil de se engrandecerem com suas peraltices. Como, entre amigos, fazem os machos. Algumas exacerbam e passam a se comportar com desprezo pelo homem, e a supervalorizar o prazer sensorial, orgástico, equivalente às práticas masculina do machismo.
No início de oitenta, uma paciente de descendência estrangeira, a cada semestre na universidade, antecipadamente, fazia uma tabela na qual marcava como um x os nomes de todos os colegas da sua sala de aula que, segundo dizia por ela seriam “comidos”. Ela fazia questão de compartilhar essa sua investida, sentia prazer em chocar as pessoas. Considerando que, em razão dos problemas e revolta com a figura paterna, isto, de alguma forma, consistia na vingança do seu poder fálico. Esta paciente que não era nenhuma beldade ou se destacava por qualquer item de beleza, entretanto, batia o seu jogo. Ou seja, completava a cartela transando, de fato, com todos os sujeitos que havia computado. Talvez hoje, sua atitude malograsse por conta da liberalidade, o sexo agora já não tem mais o mesmo impacto para subverter, agredir ou desafiar.
Nos últimos tempos, uma outra paciente, esta bem jovem, inteligente, virgem e também fálica, se questionava da própria contradição de ter idéias independentes, mas que havia se deixado dominar pelo namorado. Só sabia lidar com o masculino por meio de embate, e tinha prazer de, com base nos próprios argumentos bem articulados, contradizer e deixar o seu pai acuado. Este, no seu desespero, para não surrá-la batia na mesa ou quebrava algum objeto. Nestes momentos ela parava, e sorria por dentro, pois seu objetivo havia sido alcançado. Ela começou a namorar outro rapaz, este bem intencionado parecia gostar muito dela, mas era fechado e não dava margem para brigas. Isto lhe desconsertava, além do que seu carinho a incomodava. Ela queria acabar o namoro, mas a sua mãe orientou que com o sexo esta situação mudava, ela ficaria mais ligada. Ironizando, ela se perguntava: Cadê a tal liga! Melhor que não tivesse tido nada, concluíra. Agora, ele estava mais envolvido, o que para ela se tornara quase insuportável. Ela percebeu que não gostava do namorado porque, de acordo com as suas palavras, ele a tratava como gente. E chegou a compreensão de que o homem para ela era masculino quando a colocava no lugar de “boneca”, mesmo que isso implicasse em não ter vontade própria.
A paciente sentia o namorado, não como mulher, porque com esta sabia lidar, isto é, manipular, mas, nas suas palavras, bem pior. Na verdade, este rapaz que era respeitoso, compreensivo, sexualmente ativo e carinhoso, representava uma mulher fálica, um tipo com “a qual” ela nunca se relacionara. Então, duas fálicas de sexo diferentes (ela e seu namorado). Em geral, seu combate era contra o masculino desqualificado, a exemplo da sua figura paterna seca, adúltera e ausente. Porém, diante do masculino afetivo, mas dominador, em relação ao qual se sentisse gostada, amada, se submetia, se colocava como “boneca”.
O sexo com o namorado não consistia apenas numa mudança do seu estado físico por conseqüência da perda da virgindade, mas, ia muito além, pois significava a transformação simbólica e radical de objeto (“boneca”) em gente (mulher). Em suma, ela chegou à conclusão que tinha medo de amadurecer, e de se deixar vulnerável porque assim, caso fosse deixada, na condição de gente, segundo a sua concepção, sofreria mais. Ao passo que, como “boneca”, ela já tinha a experiência de ter sido deixada duas vezes por motivos de mortes, de um parente (“pai”) queridíssimo que a amava, e do seu primeiro namorado que se suicidara.
Para Ameno (2000), o pênis traz em si o único poder que falta a mulher: o poder de decidir. Da mesma forma, numa relação sexual a mulher transfere ao homem o poder que lhe falta: o de conservar (p.97). A autora tenta atenuar o poder do macho pela compensação recíproca das faltas. Sua equação seria: o agraciamento social do homem com um poder de decisão x o poder natural da mulher de procriação. Porém, o que mais interessa e apaixona a mulher é o poder que ela atribui ao pênis e que a deixa com inveja (NASIO, 2007). Se antes, para a autora, a mulher dava ao homem um filho em troca da posse simbólica do seu pênis. Agora, na ótica deste autor a relação sexual é unilateral, a mulher não tem nada para oferecer ou trocar.
Nesta perspectiva, o intercurso sexual não se passa em nível de igualdade pelo cambio pênis x vagina, apenas. Isto é, a vagina não tem o mesmo valor do pênis, ela é o meio para se chegar a um fim que é a gratificação do homem e a preservação da espécie. E o pênis será para sempre o objeto da cobiça da mulher. Sem se dar conta, a autora também reforça a primazia do pênis, institucionalizada, e que se expandiu por todos os poros sociais. Realmente, parece muito difícil escapar da falocrácia, esta que fez a mulher penar ao longo dos séculos, e quase a eternizou na posição de “segundo sexo”.
Somente nessas últimas quatro décadas é que a mulher conseguiu submergir desse platô subalterno, embora ainda sofra algumas conseqüências da rebarba machista. Porém, esse seu poder de efetivar a conservação além de não ser de fato valorizado, a não ser no seu aspecto superficial de que todos acham linda a maternidade. Mas isto não é apenas mérito seu, gerar não é obra individual, mas em conjunto. A criação jamais se dá sem a fecundação do óvulo pelo esperma, seja pela “maratona” natural, ou pelo processo artificial in vitro. Enfim, queira quer não, depende da parceria direta ou indiretamente do homem. Portanto, sem nenhuma conotação de superioridade para o homem ou para a mulher, uma vez que ambos são literalmente co-dependentes, indispensáveis para formação de um outro ser.
Mesmo adotando o comportamento promiscuo do “fica”, a moça, mais do que rapaz, ainda que de modo subliminar, alimenta o sonho do amor romântico da Cinderela. No entender de Nasio (2003), em geral a mulher associa tão estritamente o sexo e a ternura que sente o ato sexual como um ato de amor (p.68). O parceiro idealizado pela mulher parece conjugar características de super-homem. Ele tem que ser inteligente, bem humorado, viril, cavalheiro, bem sucedido, compreensivo e fiel. No entanto, para o homem parece mais fácil, porque a mulher poderá ser possuidora de todas as possíveis qualidades. Porém, se lhe faltar um item em especial, que é a disposição dela para se submeter a ele, não lhe serve como parceira. Nesta sociedade, o macho se dá o direito de ter o domínio e, o que é mais surpreendente, um grande número de mulheres, pela necessidade de casar, ter um companheiro, etc., se coloca a mercê de um dono.
O feminino nunca foi dominado, sempre foi dominante, e seduz porque nunca está onde pensa estar, o poder do feminino é a sedução (BAUDRILLARD, 2001). Mas o poder da sedução é, quase sempre, simbólico, ao passo que o poder do masculino é real, concreto. Este sujeito que se estereotipou, mas só no aparente, como vencível a sedução feminina. Contudo, seduzir não é o mesmo que se entregar. Nasio (2003), diz que a mulher se oferece, mas não se entrega totalmente de medo de perder sua identidade mais íntima (p.76). Certamente não por medo, mas para se resguardar da totalidade de um domínio. Assim, ela sempre pode surpreender. Quando, por alguma razão, se sente ultrajada, ai, impiedosamente, ela se vinga. Quantas degolas masculinas ou execração pública não tiveram como pivôs as exs mulheres e amantes.
Diferente do homem, a mulher não teme a intimidade, mas precisa ter algum poder além da sedução, para que se permita à entrega. Se o sujeito não fizer por merecer não terá essa mulher, o intercurso sexual se reduz apenas a uma transa. A penetração é apenas do órgão genital, não consegue “passar” da vagina, ou seja, do segmento corporal. Simmel (2001) diz que recusar e conceder é o que as mulheres sabem fazer com perfeição, e só elas sabem (p.98). Mas estes parâmetros nem sempre são infalíveis, em particular se estiver envolta num clima que a faça se sentir especial, valorizada, diferenciada das outras. Para o homem basta nivelá-lo, ou seja, sua auto-afirmação consiste em se perceber nesse lugar comum de ser mais um macho. Assim, ao invés de ofensa a afirmativa de que “os homens são todos iguais” lhe cai como um elogio, o reconhecimento de pertencer a este gênero.
Uma paciente parecia se deliciar com todas as nuanças do ritual de sedução de um indivíduo com o qual havia tempo esperava “sair”. Ele ficou constrangido por não exibir um físico malhado, e, por sua vez, ela o apoiou elevando seu ego. Aquele detalhe para ela não tinha a menor importância, porque ela estava embevecida com o vinho, com a dança, com a recepção e acolhimento antes de chegar à cama. Embora insistisse em negar para si mesma que essa metodologia era dispensada a qualquer outra garota, mesmo assim não conseguiu deixar de se sentir única, diferenciada. Enfim, a mulher pode se equivocar em virtude da sua carência ou pela intensidade da sedução do outro, mas a sua entrega ocorre somente a quem ela julga, por algum mérito específico, que o sujeito faça jus a seu corpo, e algo além do corpo.
Para os especialistas, a mulher mesmo que tenha tido relações sexuais, ou mesmo filho, preserva traços da membrana virginal, apelidada de “renda do hímen” (NASIO, 2003). O autor salienta que muitas mulheres têm a convicção de que o sexo do homem nunca as penetra completamente, nunca atinge a parte mais protegida do seu corpo. Elas têm a fantasia da virgindade. Ou seja, “o núcleo da identidade feminina é construído em torno desse lugar silencioso e vazio. É como se ser mulher consistisse em conservar intacta essa virgindade virtual, com medo de perdê-la um dia” (p.76).
Penso essa fantasia, mas não de que a virgindade seja cristalizada, até porque o hímen, nos dias de hoje, deixou de ser tabu. A bem da verdade é uma estupidez atrelar o caráter e a dignidade da mulher a esse “selo da natureza”. A virgindade é unissex, e simbolicamente renovável. De modo que, tanto a mulher quanto o homem a perde todas às vezes que se apaixonar - tombée amoureuse (cair de amor) -, porque nesse estado, somente ocorre na total entrega. Portanto, a “virgindade” é uma película afetiva que se rompe com a paixão - não necessariamente no amor, este é mais racional, não altera o metabolismo hormonal, etc. -, porque vai além do genital, atinge a alma e o coração. Como em toda queda, mesmo que temporariamente, se perde os controles racionais e os autos apoios emocionais. Na brevidade em que dura a paixão, ela é temerosa e embriagadora no início; encantadora na sua onipotência quando se processa; e terrível quando finda: ao perceber-se que esta alteração da consciência já não mais nutre os delírios das emoções. Embora chamuscado, um coração pode se sentir forte pela coragem de tê-la vivenciado. Afinal, a vida é um eterno abrir e fechar de gestalts que somente cessa com a morte.
A mulher experiente diante de um provável poder fálico e abusivo do macho, cuida do seu estado emocional. O fato de ficar por cima, de penetrar seja na relação heterossexual ou homossexual, dá ao sujeito penetrador um extraordinário poder, em razão da forte valoração cultural de superioridade que é atribuída a essa posição. Logo, ser “possuída” é estar nesta condição implicitamente desqualificadora. Daí, muitas mulheres intuem dessa “grandiosidade”, e assim se preservam da sua própria vulnerabilidade. E, geralmente, se auto-afirmam na relação com quase sempre infalível maternagem. Portanto, só arriscam quando querem ou de alguma forma não se sentem ameaçadas. Nada desestabiliza mais o macho do que a mulher que escorrega desse enquadre machista, quando ela brinca ou subverte esse valor que tem, em potencial, o poder de subjugá-la.
Uma paciente desejava um “garanhão” da sua cidade interiorana de origem. Mas o temia porque ele, competidor de rodeios, tinha mulher e filhos em tudo que é praça. Em razão disto, tinha um enorme cartaz entre os parceiros, na mesma proporção em que era evitado e temido pelas famílias das moçoilas do lugar. Finalmente, ela resolve investir no seu desejo, mas sem criar expectativas. No final de noite de uma festa da padroeira, ela o convidou para dormirem juntos, ele não acreditou que, em virtude disto, ainda se tratasse de uma virgem, e ficou ainda mais desconcertado quando a mesma nem solicitou um telefonema no dia seguinte. Perplexo, apaixonado e cheio de planos para o futuro, ele viajava mais de dez horas para se encontrar com a amada. Mas, ela tinha como projeto se realizar profissionalmente, do qual não abria mão. Talvez pudesse subir ao altar, o que cogitava de poder ser com ele, mas no final dos próximos seis anos quando terminasse seu curso. Mas será que a paixão, que na verdade é data, conseguiria esperar tanto tempo?
A desvalorização das condutas machistas e a nova independência das mulheres não acarretaram de modo algum uma fragilidade extrema da identidade viril (LIPOVETSKY, 2000, p.58). Para o autor, são os homens em particular oriundos das classes sociais mais marginalizadas, que são mais “apegados” às demonstrações tradicionais do poder masculino, e por esse motivo, que vivenciam mal essa atual condição masculina. Diria que nos países pobres e emergentes isto independe de classe social ou nível cultural, é exatamente pelo medo de perder esse poder que o macho se angustia em lidar com essa suposta nova mulher. Ele não tem a prática da simetria dos gêneros, sua relação com o sexo aposto se dava unicamente na verticalidade, literalmente ele por cima em todos os sentidos, e ela em baixo, sem vez, nem voz, apenas na condição de objeto.
O machismo é um prestígio vivido há séculos pelo sexo masculino, de tão arraigado nesta cultura, é normalizado, sendo difícil para o macho não reter este poder de “superioridade” e domínio. Porém, para Rodrigues Jr. (1996), aquele que se considera “Macho” deveria compreender que é um homem insatisfeito sexualmente, e que tampouco chega ao que deseja a personalidade feminina, a qual é transformada em objeto sexual (p.90 - grifo do autor). No entanto, não deve se desconhecer o perfil de um tipo de mulher nessa cultura que, de algum modo, goza “de uma vontade de dominar, sujeitando-se” (PASSARELLI, 1996b, p.18).
Com a conquista da sexualidade feminina veio à inversão da própria funcionalidade da sua estimulação erótica, ou seja, a mulher que, até então, era despertada pelo toque passou agora a ter como sua principal via para esse fim, a visão e o tato. E começaram a desejar os corpos masculinos dentro dos mesmos moldes pelos quais os delas são desejados. A partir disto o homem começou a cultuar o próprio corpo, a se colocar nesse lugar de “passividade” como objeto de desejo. Assim, com a igualdade dos gêneros em andamento, território proibido e mantido como um código de honra da imagem do macho, também foi atingido por estas mudanças.
Aprofundando esta questão, diria que a região glútea do Homo sapiens, ao longo da história, sempre foi investida de grande repressão. A sua intactibilidade anal consistia na fidedigna tradução que atestava obediência aos princípios desta cultura, e confirmava a representação máxima da macheza. Sobre o sujeito com andar menos encouraçado que fizesse mexer, um pouco, o bumbum, sua reputação era colocada sob suspeita de desvio, atribuindo-lhe estigmas homoeróticos. A referida região que, até então, se reduzia às funções do trato higiênico - de forma superficial, para não despertar interesse erógeno -, e da atividade fisiológica, passou a ser um órgão de exposição, exploração e desejo (SILVA, 1999). Qual a mulher hoje em dia que perde a chance de apalpar um bumbum masculino!?
O traseiro masculino agora é objeto do desejo sexual feminino. Antes elas nem ousavam, nem eles se permitiam, porque era tido como coisa de homossexual.
A própria mulher não suportaria essa idéia de partilhar a cama com um indivíduo que explorasse essa parte do seu próprio corpo. Agora, as mulheres não mais se contentam em tocá-lo, e também já o inclui como fonte de prazer. A princípio como atração sensual, e por último, como órgão sexual propriamente dito. Se antes, qualquer insinuação de proximidade era tida, pelo companheiro, como uma terrível ofensa. Encorajados por psicólogo e sexólogo que, de algum modo, incentivam toda e qualquer prática sexual consentida, na medida em que acreditam que aumenta e/ou fortalece o vínculo e entrosamento do casal. Muitos homens até solicitam das parceiras a Estimulação Digito-anal. Modalidade esta, segundo informação, popularmente conhecida no Sul do país como “fio-terra”.
Nesta virada de século, se evidencia a quebra da rigidez da construção do masculino, de modo que, nos dias atuais, o homem quando dança exibe os glúteos diante do olhar público, e sem o menor constrangimento.
Por vezes, produz evoluções com mais desenvoltura nos requebros do que a própria parceira (SILVA, 1999). Muitos homens passaram a investir cuidados fisiculturista para um melhor delineamento estético das nádegas. Embora, as propagandas, a exemplo das de cerveja, ainda insistam em focalizar a atenção nos glúteos das suas modelos. Porém, esse tipo de associação mulher/bumbum/cerveja perdeu, um pouco, do seu efeito apelativo. Pois, com a volta da calça saint-tropez ou de cinta baixa, compete na rua com cós de calcinha ou cueca,deixado “displicentemente” à mostra, e que ameaça, a todo instante, colocar as partes pudendas para fora.
Hoje, praticamente, não existem roupas intimas. Uma vez que foi legitimado, sem nenhum senso de ridículo, cada vez mais as tais peças tomam o rumo de mais visibilidade como fonte de apelo sexual. Portanto, no ranking das preferências nacional, o glúteo feminino deixou de ser ostentado como líder absoluto. O bumbum masculino, democraticamente, se tornou um fetiche, mesmo que não ainda a tal ponto de associá-lo a algum produto.
Essa variável erótica não é, obviamente, uma alternativa nova, no entanto, pela a abertura para a sua expansão e discussão. Esse assunto deixou de ser maldito, e, com freqüência, entra nas conversas informais dos grupos. Mas, o fato desse comportamento ter sido incorporado não o isenta de ser refletido e, consequentemente, ser questionado. Ele instiga a fazer algumas observações: Primeiro, é sabido que a mulher, por força da sua natureza e incremento cultural, desperta sua libido mais pelo toque, ou melhor, em ser tocada; segundo, que o seu desejo de conjugação sexual aflora na confiança e segurança do parceiro, no se sentir desejada, amada, etc. Então, como se explica que a fêmea tenha adquirido aptidão sexual típica do macho, isto é, de se excitar por meio da visão e/ou manipulação do seu objeto sexual?
O que mudou para que a mulher adquirisse uma outra referência de estimulação erótica? Não cabe aqui discutir a questão no enfoque da normatização. De definir se essa é ou não, uma prática pervertida, etc. Dado que esta classificação tem a ver com a freqüência, e uma vez que essa expressão da sexualidade começa a ter mais aceitação, e porque passou a ser encarada como normal. É pertinente compreender como essa conduta, um tanto radical, foi absorvida num curto espaço de tempo. É provável que o espaço conquistado pela mulher tenha reeditado o arcaico trauma freudiano da castração, incluído o glúteo masculino na sua perspectiva sexual, recuperando ou adquirindo assim um determinado poder de virilidade.
Assim sendo, a mulher se vê contemplada com o exercício literal do seu animus. De penetrar sexualmente o parceiro por esse ou outros métodos. Ela, finalmente, parece ter conquistado seu poder fálico. Foi alforriada da assimétrica posição “passiva”, submissa. O homem, por sua vez, também se libertou da ditadura de ser sempre o “ativo”, o que toma iniciativa. Abandonou, sensivelmente, o seu eterno papel de dominador, já se permite feminino sem transtorno para sua identidade. O ânus é uma zona erógena muito sensível, cuja mucosa que o reveste é similar a da boca. Desse modo, o cidadão moderno alargou o seu leque de gratificações nos jogos sexuais, cuja Estimulação Digito-anal não passa de mais uma possibilidade de vivenciar a sexualidade. Descentralizou o pênis da condição única de prazer. Assim, surge um sujeito de corpo mais inteiro, menos fissurado.
Para a mulher fálica conquistar independência e reivindicar direitos iguais lhe demandou esforço, não assegurar esse lugar pode sugerir uma traição a si mesma. Pois, nem sempre é fácil se colocar feminina, uma vez que pode por em risco aquilo que consegui a duras penas: o falo. Ela teme perder o poder, o espaço para o outro. Não se permite ao descompromisso nos jogos sexuais, seu falo é uma aquisição que pode se perdida, tomada, vilipendiada.
Clarice se irrita com Fernanda, a amiga com que quem competia na infância, e pensa em falar um milhão de palavrões. Mas falar palavrão não seria feminino de sua parte. Perfeito! Constatando isso ela solta todos eles, se libertando do assunto e da feminilidade. Os homens nas mesas em volta olham feio, e os olhares das amigas fuzilam Clarice, a fálica que sempre põe o pau na mesa, e afasta todos os testosteronas em volta. Clarice mal humorada, confusa, fica em silêncio durante exatos dez minutos. Depois abre o maior berreiro, chora, soluça, com o rosto entre as mãos. Ainda que vermelha e borrada de rímel, a frágil Clarice atrai mais interesse dos homens do que quando chegou ao restaurante em seu carro novo, feliz e bem sucedida.
Talvez, a personagem tenha atraído a atenção dos homens não pelo fato de ter se tornado frágil, mas por ter deixado transparecer a sua feminilidade. Alguns homens não toleram muito a mulher com poder seja real ou simbólico. O homem, embora por vezes abusivo, no entanto é mais habituado a exercer o poder a partir da sua condição de detentor do falo. O poder é uma novidade para a mulher, que só agora ela toma posse. Nesta estréia, por vezes, não está bem harmonizado, e por isto adquire conotação um tanto agressiva. Uma vez no poder, a fêmea parece compensar a reminiscência do que seria a falta do pênis. Portanto, é até compreensível que atualize essa necessidade na esfera do real ou no campo do engendramento simbólico. Enfim, assumir esse poder talvez signifique para ela a conquista do pênis, da potência viril que a faz atuar com o desejo másculo de ser penetrador, de ter o parceiro na condição subjugada que vivia a mulher. Pondo em ação a anima do outro, ou seja, a parte feminina no homem.
O mundo masculino é muito da contradição (MATOS, 2007, p.13), pensar esse homem emergente, no entanto, não deixa de suscitar a idéia de um homoerotismo latente. Seja por meio da penetração do membro viril, ou de outro qualquer instrumento, que adentrar seu ânus, com o objetivo de obter prazer, caracteriza-se penetração, sim. Em síntese seria: Sente-se o prazer, não com outro macho, a exemplo da relação homoerótica, mas com aquilo que o representa, o pênis, os símbolos fálicos. Nesse caso, aceitável somente porque a figura feminina é o sujeito da ação.
Dessa maneira, não se corre riscos, supõem-se a masculinidade preservada. Essa prática sexual parece reforçar a idéia de Freud (1989), de que o homem é, por constituição psíquica, bissexual, e que o interesse exclusivo pelo sexo oposto também é questionável. Uma das mais graves feridas narcísicas do ser humano é o fato de ter que decidir, quando criança, pelo pai ou pela mãe, no seu processo de identificação (McDOUGALL, 1997). Quando na verdade ela deseja a ambos. Alguns estudiosos apontam a bissexualidade como a sexualidade do futuro. Quando se confirmará esta perspicácia do velho Freud?
Para Weil (2003), a função da mulher é reintroduzir o amor na sociedade (p.84). Isto não seria creditar, somente a mulher a força que emana da compreensão, do amor e da delicadeza? Contudo, não é mais possível ter a ilusão de um mundo diferente, mais humanizado pelo fato da mulher está no poder. É mais sensato considerar que homens e mulheres se respeitem nas suas diferenças, e que suas vitórias possam abolir as posições estanques dos papéis dominador/dominado. E que no encargo de alguma representação social que o indivíduo, independente da herança genital, não neutralize seu lado yin. Parece mais providencial instigar o feminino de cada ser humano, mediante uma educação mais igualitária. Então, “o homem, tendo assim aceito sua feminilidade, e vindo um dia a se tornar pai, está na melhor posição subjetiva para conduzir seus filhos às portas da prova que dá acesso à idade adulta” (NASIO, 1991, p.131).
Finalmente, a única finalidade aceitável das atividades humanas é a produção de uma subjetividade que enriqueça de modo contínuo sua relação com o mundo. E que a poesia talvez tenha mais a nos ensinar do que as ciências humanas e a psicanálise (GUATTARI, 2000). Diria que precisamos de delírios compartilhados para “enlouquecermos” juntos em processos fecundos de criação e renovação. O mal não está na potência fálica do homem ou da mulher, mas no egoísmo, na prepotência de desejar, com base neste poder, ser o centro do universo.
NOTAS:
1. Pesquisa recente feita nos Estados Unidos mostrou que 85% das mulheres não estão nem aí para o fato de seus parceiros terem o equipamento menor (NATALIE, 2007, p. 43).
2. Segundo o Social Issues Research Centre, um centro de pesquisas independente de Londres, nos hábitos da intriga, 33% deles e 26% delas contam fofocas diariamente; para eles os confidentes favoritos são os colegas de trabalho, para elas as amigas e parentes; na presença de mulheres eles param de falar da vida alheia e conversam sobre política e outros assuntos “elevados”, ao passo que em qualquer circunstância, o assunto predileto delas são os relacionamentos amorosos (ZAKABI, 2007).
3. Achei preferível omitir a fonte do filme, uma vez que o mesmo está disponível em todas as páginas da Internet.
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